O
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF),
revogou na noite desta quarta-feira (26/06) a autorização para o
senador Acir Gurgacz (PDT-RO) viajar de férias para o Caribe
avalizada pela Justiça do Distrito Federal.
Condenado
pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em outubro do ano passado por
crimes contra o sistema financeiro, Gurgacz cumpre pena de 4 anos e 6
meses de prisão em regime aberto.
Ele
deixou o semiaberto em maio e agora fica livre em casa durante o dia
e se recolhe à noite.
A
autorização judicial para o passeio de férias do senador foi
revelada nesta quarta-feira pelo G1 DF.
A
medida, que também recebeu parecer favorável do Ministério Público
do Distrito Federal, tinha o poder de suspender temporariamente a
execução da pena aplicada ao político durante o período em que
ele estivesse fora do país.
A
viagem de turismo estava prevista para ocorrer entre 17 de julho e 3
de agosto.
No
pedido de autorização, Gurgacz argumentou à Justiça que a viagem
ocorreria durante o recesso parlamentar e seria paga com recursos
próprios,
"sem nenhum prejuízo aos cofres públicos".
A
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu nesta
quarta-feira que o Supremo suspendesse a autorização para Gurgacz
passar as férias em um resort na ilha de Aruba.
Na
ação, a chefe do Ministério Público argumentou que, embora esteja
preso em casa, o senador de Rondônia "está em cumprimento
de pena privativa de liberdade", o que, na avaliação dela,
é "francamente incompatível com a realização de viagem a
lazer".
"Não
há nenhuma justificativa fática ou legal para conceder-se ao
sentenciado autorização dessa natureza, com prejuízo da regular
execução da pena imposta, que deve ser cumprida com rigor,
moralidade e efetividade”, escreveu a procuradora-geral na peça
judicial.
Relator
do caso no STF, Alexandre de Moraes tomou a decisão de suspender a
viagem de ofício, antes mesmo de conhecer o teor do pedido de Raquel
Dodge.
O
ministro determinou ainda que o senador entregue o passaporte em até
24 horas e ordenou que a Justiça do Distrito Federal não analise
mais questões sobre o cumprimento da pena de Gurgacz.
"Determino
a revogação da indevida suspensão da execução do cumprimento da
pena privativa de liberdade, bem como da autorização de viagem, que
foram concedidas por aquele Juízo. Deverá o sentenciado entregar o
seu passaporte no prazo de 24 (vinte e quatro) horas",
determinou o magistrado em trecho da decisão.
Alexandre
de Moraes também ordenou que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e
o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) sejam notificados
para apurar se o juiz e o promotor cometeram irregularidade ao
autorizar que o senador viajasse para um resort no exterior enquanto
cumpre pena de prisão em regime aberto.
FÉRIAS
EM RESORT
Na
programação de férias no Caribe, Acir Gurgacz pretendia se
hospedar por 18 dias no Renaissance Aruba Resort & Casino.
Uma
diária no hotel de luxo caribenho custa, em média, R$ 4 mil,
segundo informações disponíveis no site do estabelecimento.
De
acordo com as regras da Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito
Federal, o senador do PDT não pode consumir bebidas alcoólicas e
está proibido de frequentar "locais de prostituição,
jogos, bares e similares".
O hotel de Aruba, no entanto,
comercializa drinks e abriga um cassino.
Em
regime aberto, Gurgacz também tem que comparecer à Justiça a cada
dois meses e não pode ficar fora de casa depois das 22h00.
A
medida judicial não detalha, no entanto, se as regras seriam
estendidas para quando o sentenciado estivesse fora do país.
(Por
G1 – Brasília)
Só vetaram pq se tornou publico em rede nacional,senão continuava do mesmo jeito,o stf é protetor de corruptos...
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