Uma briga entre facções dentro do Centro
de Recuperação Regional de Altamira (CRRALT), no sudoeste do Pará, deixou ao
menos 52 detentos mortos, 16 deles decapitados, na manhã desta segunda-feira,
29.
A maioria dos mortos (36) no massacre
foi vítima de asfixia. Segundo a Superintendência do Sistema Penitenciário do
Pará (Susipe), dois agentes prisionais foram feitos reféns e foram liberados.
No início da tarde, o motim estava
encerrado.
De acordo com a Susipe, o massacre foi
motivado por uma briga entre as facções rivais Comando Classe A (CCA) e Comando
Vermelho (CV) e teve início por volta das 07h00, quando detentos do bloco
A, onde estão custodiados os presos do CCA, invadiram o anexo que funciona em
um contêiner adaptado onde ficavam os presos ligados ao CV.
Após a primeira ação, o anexo foi
trancado e os presos atearam fogo no espaço.
Segundo a Susipe, a fumaça invadiu o
anexo e houve presos mortos por asfixia.
Foram cinco horas de confronto.
O Grupo Tático Operacional da Polícia
Militar foi ao local.
A Polícia Civil, a Promotoria e o
Juizado de Altamira também estiveram na unidade participando das negociações
para a liberação dos reféns.
Até o momento, as únicas armas
encontradas foram "estoques" (facas artesanais).
"Foi um ataque localizado e
dirigido a exterminar integrantes da facção rival. Eles entraram, mataram e
tocaram fogo", afirmou o secretário extraordinário para Assuntos
Penitenciários do Estado do Pará, Jarbas Vasconcelos.
Segundo ele, os detentos não fizeram
nenhuma exigência.
"Foi uma briga entre facções."
O secretário disse ainda que não havia
qualquer indicativo do setor de inteligência da Susipe sobre o ataque e, por
isso, uma transferência de presos não estava prevista.
"Não tínhamos nenhum relatório da
nossa inteligência sobre um possível ataque desta magnitude de uma facção
contra a outra."
ARMA
ENCONTRADA DENTRO DE TV NO SÁBADO
No sábado, 27, durante os procedimentos
de revista para entrada de visitantes, agentes prisionais identificaram uma
arma e munição dentro de uma televisão.
Segundo informações da direção da
unidade, antes de entrar no bloco carcerário, a televisão passou por revista
manual e por um raio X, que detectou a existência da arma e de munições.
O objeto foi trazido por Shirley Pedrada
dos Santos, companheira do detento Ezequias Santana da Conceição.
A mulher foi presa em flagrante, teve a
carteira de visita suspensa e foi conduzida à delegacia de Altamira.
Já Conceição vai responder a um
procedimento disciplinar penitenciário (PDP).
SUPERLOTAÇÃO
E FALTA DE AGENTES PENITENCIÁRIOS NA UNIDADE DE ALTAMIRA
O CRRALT tem as condições do
estabelecimento penal classificadas como "péssimas", segundo
relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicado nesta segunda, dia do
massacre.
Entre os problemas, a unidade convive
com superlotação e número baixo de agentes penitenciários para garantir a
segurança do local.
Segundo relatório do CNJ, a unidade
abriga 343 presos do sexo masculino, mais do que o dobro da capacidade, de 163
vagas.
Já os agentes penitenciários, no
entanto, somam 33.
"O quantitativo de agentes no CRRALT é reduzido frente ao número de
internos custodiados o qual já está em vias de ultrapassar o dobro da
capacidade projetada", diz o CNJ.
Entre os presos, 308 cumprem pena em regime
fechado e outros 35 estão no semiaberto.
O Centro de Altamira, no entanto, não
tem área separada para abrigá-los.
Por causa da situação no presídio,
alguns detentos chegam a receber autorização para dormir em casa.
NÚMERO
DE DETENTOS NO PARÁ É QUASE O DOBRO DO NÚMERO DE VAGAS
Divulgado em junho de 2017, o
Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) aponta que o
sistema brasileiro enfrenta superlotação em todas as unidades federativas. Ao
todo, a população prisional é de 726.354
pessoas para 423.242 vagas.
No caso do Pará, a população prisional é
de 16.123 pessoas, quase o dobro do número de vagas (8.600), o que significa
uma taxa de ocupação de 1,92 por vaga (a 11ª mais alta entre as 27 unidades
federativas).
A média nacional da taxa de ocupação é
de 1,72.
O Infopen também aponta que o País teve
4,8 mortes por "causas criminais" a cada 10 mil pessoas privadas de
liberdade no primeiro semestre de 2017.
No Pará, a média foi de 21,8 para o
mesmo período, a quinta mais alta entre
as unidades federativas.
REBELIÃO
DEIXOU SETE MORTOS EM 2018
Em setembro de 2018, sete detentos
morreram e outros três ficaram feridos em uma rebelião no CRRALT.
Durante o motim, um grupo de 16 presos
tentou fugir da unidade, sem sucesso.
Segundo a Susipe, detentos da cela 3, do
bloco A, tentaram fugir do presídio pela janela de ventilação do local.
Os agentes prisionais de plantão
flagraram a movimentação pelas câmeras de segurança e acionaram a Polícia
Militar, que impediu a saída.
Os presos, então, correram em direção ao
bloco do semiaberto e atearam fogo na sala do gerador de energia e no galpão de
alojamento.
No motim, parte das celas e das grades
da unidade, além da enfermaria e da secretaria, foram depredadas.
Ao todo, 120 presos participaram do
motim.
(Por Ana Paula Niederauer, Felipe
Cordeiro, Felipe Resk, Priscila Mengue e Rita Soares, especial para o Estado)
deixa esses infeliz se acabarem por si so era pra ter tocado fogo no pavilhão todos
ResponderExcluirPOR QUE MORRERAM TÃO POUCOS ?????? QUE DROGA !!!!
ResponderExcluirÉ pra ter um no presídio do serotão pra diminuir a dispensa
ResponderExcluirÓTIMA NOTÍCIA,TOMARA QUE MORRAM TODOS!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirQUEM TIVER COM PENA LEVA PRA CASA....
essa e a melhor forma para acabar com a super lotação de preso em um presidio é fazendo motim entre facção para se acabar em confronte,porque fazendo isso ninguém vai ser punido.
ResponderExcluirEu jogava um saco de facas lá dentro e ficava assistindo de camarote...
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