Uma em cada quatro mulheres grávidas tem
depressão pós-parto, revela a psicóloga, especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental
Raissa Nóbrega*.
O número é alarmante, quando também
levado em conta as gestantes que desenvolvem a crises de ansiedade.
“Esses casos passam às vezes despercebido, e
é confundido como um traço da
personalidade da mulher”,
alerta.
Segundo a especialista, a depressão
pós-parto tem início após a gestação.
“É uma tristeza considerável que surge aproximadamente
duas semanas após o parto. Estão presentes sintomas como irritabilidade,
ansiedade e apatia, sentimentos de culpa, de modo a se intensificarem ao longo
da semana, interferindo na capacidade racional e funcional da mãe. Em casos
como este, é imprescindível o uso de psicoterapia associado à psicofármacos”.
A psicóloga destaca que o forte laço
entre mãe e bebê pode servir como um fator de proteção para ambos, mas jamais
poderá substituir um tratamento adequado.
“A mulher começa sentir uma tristeza muito
profunda, um vazio, uma perda de interesse, não só pelo bebê, mas como de todas
as atividades diárias. Então ela não se preocupa mais em voltar para o emprego,
em dar atenção ao marido, às atividades domésticas, ela vai perdendo o
interesse por tudo”, ressalta.
Raissa ainda sublinha que é importante
diferenciarmos a Depressão Pós-parto da Tristeza Puerperal, sendo esta mais
frequente, e relacionada, não apenas com as mudanças hormonais, mas também com
a diminuição do sono e a mudança de rotina da mulher.
Todavia, os sintomas de tristeza, apatia
e irritabilidade são leves e somem no máximo em até 20 dias, sem precisar de
tratamento.
A psicóloga enfatiza que é preciso ficar
atento ao histórico de vida da gestante, como relatos de episódios de depressão
em alguma fase da vida, além de fatores que aconteceram antes do parto, como
gravidez não planejada, conflitos familiares e emocionais.
“É bom, de fato, caso ela (a grávida) perceba
mudanças no seu humor, procurar por algum profissional para direciona-la a um
tratamento. Casos de depressão pós-parto, se não tratado, pode vir a se tornar crônico!”,
alerta Raissa, acrescentando que, quando negligenciado, a mulher tem uma
probabilidade de 30% de vir a desencadear nova crise de depressão futuramente,
ainda mais intensa.
Apoio Familiar
Raissa Nóbrega lembra que o apoio da
família, no momento da gestação, é imprescindível.
Ela orienta que é preciso estar atento a
sinais como a negligência com o bebê ou deixar de amamentá-lo.
“É preciso levar muito em conta os sinais da
mulher, e o grau de dificuldades que ela vem apresentando diante daquele
problema. Se começar a perceber essa alteração no quadro de humor, é preciso
investigar se é caso de depressão”, ressalta a psicóloga.
*Raissa Nóbrega é psicóloga do Hapvida
(Por Paraíba Todo Dia)
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