A Casa Irmã Luciana, criada para acolher
institucionalmente crianças e adolescentes em situação de risco das cidades de
Esperança, Montadas, Lagoa de Roça e Areial, foi inaugurada nessa quinta-feira
(08/08).
A iniciativa é fruto de um consórcio
feito pelas respectivas prefeituras municipais e intermediado pelo Judiciário
local, por meio da juíza titular da 2ª Vara Mista da Comarca de Esperança,
Adriana Lins de Oliveira Bezerra, e pela promotora de justiça Fábia Cristina
Dantas Pereira.
O local vai atender a crianças e
adolescentes sob medida protetiva judicial por não poderem permanecer no convívio
familiar, conforme explicou a magistrada.
“São crianças que sofreram maus tratos dos
pais ou algum tipo de abuso, a exemplo do sexual, e, por isso, foram
institucionalizadas até que se restabeleça a situação da família ou elas sejam
adotadas”, afirmou.
A Casa, que tem capacidade para acolher
30 crianças e adolescentes, já conta com 26 acolhidos.
De acordo com a juíza, a criação de uma
casa de acolhimento institucional é uma obrigação dos municípios.
“O Conselho Tutelar, depois de receber uma
denúncia, encaminha ao Ministério Público, que, por sua vez, aciona o
Judiciário pedindo a medida protetiva de institucionalização. Caso as vítimas
não tenham avós, tios ou outros familiares para ficar, são levadas até a casa
de acolhimento”, esclareceu.
A rotina das crianças e adolescentes que
passam a morar no lugar não é alterada, ou seja, elas frequentam a escola,
passam por consultas médicas e recebem assistência de cuidadoras, pedagogas,
assistentes sociais e psicólogos.
“Criar esta casa foi um trabalho demorado, de
negociação e conscientização junto aos prefeitos. Cada município vai contribuir
financeiramente na proporção de sua receita e da demanda de acolhimento das
crianças. O prefeito de Esperança cedeu e reformou o espaço e a sociedade civil
tem auxiliado com doações de roupas, mantimentos, lençóis e sapatos”,
destacou Adriana Lins.
A 2ª Vara Mista da Comarca de Esperança,
por sua vez, encaminha recursos oriundos da aplicação de penas pecuniárias para
ajudar no sustento da instituição.
Além disso, as magistradas Candice
Queiroga, Paula Frassineti, Juliana Dantas e Flávia Fernanda também
contribuíram financeiramente para a inauguração do local, bem como empresários,
deputados e vereadores da região.
“Quando tiramos as crianças do seio da
família, por pior que ela seja, esperamos que sejam encaminhadas para um lugar
onde se sintam confortáveis, abrigadas e bem cuidadas. Quando isso não
acontece, parece que não fizemos nada. Então, uma instituição assim, que
oferece conforto, é gratificante”, comentou a juíza.
(Por Celina Modesto - www.tjpb.jus.br)
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