Roberto Leal morreu sem saber a
gravidade da doença que tinha, de acordo com o filho dele, Rodrigo Leal.
O também músico contou durante o velório
do pai na Casa de Portugal, em São Paulo, que a família achou melhor não contar
para o cantor português todos os detalhes de seu câncer.
"Ele não parou, foi o que o fez
viver. A gente mentiu para ele, ele não soube o que tinha até antes de morrer.
Meu pai não tinha estudo, a faculdade dele era a da vida. A gente conseguiu
ludibriar o meu pai em termos clínicos. Enquanto o câncer colocava mais um
ponto no fígado, a gente dizia: 'Você está com uma manchinha só'. A gente
sempre driblando para que a cabeça nunca fosse abaixo", afirmou.
Roberto Leal morreu aos 67 anos por
conta de uma insuficiência hepato-renal em razão de um melanoma maligno (um
câncer de pele), que evoluiu e atingiu o fígado.
Rodrigo declarou que o pai nunca perdeu
a alegria e a vontade de viver durante todo o tratamento, não perdendo, nas
palavras dele, um fio de cabelo.
"A gente conseguiu preservá-lo com
aquela imagem feliz, bonita, como ele gostaria de ser lembrado. É um guerreiro!
Hoje descansa um guerreiro e um grande homem", disse.
Ele também celebra o legado o pai no
Brasil, sendo o cantor responsável pela popularização da música portuguesa no
país.
"Você imagina na década de 60 falar em música portuguesa no Brasil? Era
um palavrão! Era um alien, um bicho estranho no ninho. Mas a perseverança,
daquilo que ele acreditava, de trazer a cultura de Portugal para o Brasil, foi
uma batalha, mas foi vencida. Ele falava que hoje dança-se o 'vira' no Brasil
como dança-se o funk, o samba", declarou.
Por volta das 13h40, o caixão com o
corpo de Roberto Leal deixou o local do velório em um caminhão do Corpo de
Bombeiros.
Fãs aplaudiram e cantaram sucessos do
cantor.
O enterro foi no Cemitério de Congonhas,
na zona sul da capital paulista.
(Guilherme
Machado/UOL, em São Paulo)
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