Um depósito de seres humanos.
É assim que o procurar Valberto Lira,
coordenador do Núcleo de Políticas Públicas do Ministério Público da Paraíba,
se refere a uma instituição de permanência de idosos que fica no Bairro Jardim
Paulistano, em Campina Grande, precisamente na Rua Getúlio Cavalcante.
O local, segundo o procurador, também
recebe pessoas com transtornos mentais mesmo sem nenhum tipo de estrutura,
tratando as pessoas como verdadeiros animais.
Segundo ele, 20 pessoas são mantidas no
local, os responsáveis pela casa retêm os cartões para recebimento dos
benefícios e mesmo embolsando algo em torno de “20 milreais” por mês, as
pessoas não recebem tratamento adequado.
Ele tomou conhecimento do caso há duas
semanas e deu detalhes em entrevista exclusiva
à Rádio Campina FM nesta quinta-feira
(03/10).
“Tivemos a notícia de que uma casa no Jardim
Paulistano estaria recebendo pessoas com transtornos mentais. Lá encontramos um
verdadeiro depósito de seres humanos, sem nenhum acompanhamento. Bota-se vinte
pessoas dentro de uma casa, se retém o cartão dessas pessoas e o responsável,
de posse da senha, fica recebendo todo mês a aposentadoria e sem oferecer nada”,
explicou o procurador.
Valberto Lira afirmou ainda que está
esperando um relatório da Coordenação de Saúde Mental da Secretaria de Saúde do
Município para adotar os encaminhamentos necessários, inclusive podendo pedir a
interdição da casa, com o resgate dos internos.
O procurador ressaltou que a legislação
vigente, que regulamenta a chamada reforma psiquiátrica, estabelece padrões
rigorosos para o tratamento e internação de pacientes com transtornos mentais.
A Secretaria de Saúde do Município de
Campina Grande informou que a equipe da coordenação de saúde mental vai fazer
uma visita ao local para conhecer a realidade.
Só após isso a SMS vai se posicionar.
FISCALIZAÇÃO
Esta semana, o Ministério Público da
Paraíba e a Secretaria de Estado da Saúde firmaram um termo de cooperação
técnica para a criação, implantação e execução do Programa de Fiscalização de
Internações Psiquiátricas Involuntárias.
O programa deve ser executado pelo
Núcleo de Políticas Públicas do MPPB e pela Coordenação de Saúde Mental da SES.
De acordo com o procurador, um
calendário de fiscalização começará a ser realizado a partir da próxima semana
em todo o Estado.
(Do Blog do Paulo Pessoa)
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