O Ministério da Educação (MEC) anunciou
nesta segunda-feira (25/11) o lançamento do aplicativo de celular em que será
possível emitir a carteirinha estudantil digital.
]O ID Estudantil é gratuito e garante ao
aluno o direito ao benefício de meia entrada em shows, teatro e outros eventos
culturais.
Até então, a carteirinha, com um modelo
único padronizado, era emitida principalmente por entidades como a União
Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
(Ubes), mas outras entidades e centros acadêmicos também podiam prestar esse
serviço.
Atualmente ambas cobram “35 reais” pela
carteira, além do frete.
Esse serviço é uma das principais fontes de recursos
das entidades e já foi criticado pelo ministro da Educação.
No atual sistema, a UNE fica com 20% do
valor (R$ 7), e a Ubes, com 25% (R$ 10,50).
Além disso, apesar de não incluído
expressamente na lei, documentos de identificação estudantil emitidos pelas
próprias instituições de ensino superior são aceitos como comprovante para o
benefício da meia entrada.
Os critérios, porém, variam, e essas
carteirinhas precisam ter uma lista de dados dos estudantes para terem
validade, como foto do estudante e data de validade – em alguns casos,
estudantes apresentam a carteirinha e um comprovante de matrícula em
bilheterias para terem direito ao benefício.
Em setembro, uma medida provisória do
governo federal alterou a lei da meia-entrada, incluindo o próprio Ministério
da Educação e outras entidades estudantis atualmente excluídas da prerrogativa
de emissores de carteirinha estudantil.
Com o ID Estudantil do MEC, os
estudantes passam a ter a opção de emitir uma carteirinha digital gratuita.
Já
os alunos que quiserem manter a carteirinha tradicional emitida pelas entidades
estudantis poderão solicitá-las junto às instituições e pagar o valor pedido.
O ministro da Educação, Abraham
Weintraub, afirmou nesta segunda que os 57,9 milhões de estudantes brasileiros
do ensino básico e superior estão incluídos no programa de carteirinha digital,
e estima que a economia pela opção que poderá ser apresentada num smartphone
pode passar de R$ 1 bilhão.
"Com isso, a gente espera gerar um
ganho maior para a comunidade”, disse Weintraub.
USO
DO CPF E LOGIN ÚNICO
Em setembro, o MEC anunciou a criação do
Sistema Educacional Brasileiro (SEB), um banco de dados que deverá conter
informações dos estudantes de todo o país.
A proposta foi regulamentada em outubro.
Uma das funções do sistema é permitir a
criação da carteirinha digital, que será emitida pelo aplicativo divulgado
nesta segunda.
Para abastecer o sistema com dados dos
alunos, as instituições de ensino deverão enviar o número do Cadastro da Pessoa
Física (CPF) dos estudantes, entre outros dados.
Para Daniel Rogério, diretor de
Tecnologia da Informação do MEC, a medida é necessária para saber quem são os
estudantes.
Já a exigência do número de CPF, segundo Daniel Rogério, é para
integrar o cadastro do MEC ao cadastro único do governo federal, que é feito
por meio deste número e de senha.
“Talvez esse seja o maior desafio na emissão
da carteira, deixar de ser um auto declaração, que é o que acontecia, para
então o MEC saber quem é o estudante”, conclui Daniel.
O G1
entrou em contato com o MEC no dia 19 de novembro para saber se os pais são
obrigados a fornecer o CPF dos filhos para as escolas, se as instituições
sofrerão punições e têm prazo para enviar essas informações e se os alunos que
não informarem os CPFs podem ter limitação no acesso a algum serviço do MEC, e
aguarda resposta.
COMO
FUNCIONA A ID ESTUDANTIL
Para garantir o acesso à ID Estudantil,
um representante de cada instituição de ensino, pública ou particular deve
enviar as informações dos alunos para o Inep, que irá alimentar o SEB.
No relatório, além do CPF, as
instituições devem enviar os seguintes dados dos alunos: data de nascimento,
curso, matrícula e o ano e semestre de ingresso dos estudantes.
Os alunos podem conferir se sua
instituição passou os dados ao sistema em idestudantil.mec.gov.br.
Caso não tenham sido cadastrados, os
estudantes devem cobrar o envio diretamente na instituição em que estudam.
COMO
EMITIR A ID ESTUDANTIL
A emissão é feita sem custos por meio de
um aplicativo de celular disponível para os sistemas operacionais Android e
iOS.
Após baixar o aplicativo, os estudantes
deverão tirar uma foto de rosto e da carteira de habilitação ou de um documento
de identidade com foto, para comparação das imagens.
Isso irá, segundo o MEC,
evitar fraudes.
No cadastro de menores de idade, um
responsável legal poderá baixar o aplicativo para permitir o acesso.
Em eventos com meia-entrada, a identificação
do estudante será feita por meio da leitura de um QR Code emitido na tela do
aplicativo.
(Do G1)
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