A Procuradoria-Geral da República enviou
manifestação ao Superior Tribunal de Justiça neste sábado (21/12) defendendo a
manutenção da prisão preventiva do ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho.
No documento, o vice-procurador-geral
eleitoral Humberto Jaques de Medeiros alega que Coutinho ainda continuaria
liderando o grupo que supostamente desviou R$ 134,2 milhões em recursos da
saúde e da educação da Paraíba, mantendo a 'estrutura
delitiva no atual governo', e destaca que a liderança política do
ex-governador é 'fortíssima'.
"Estamos diante, portanto, de uma
flagrante situação de gravíssimos crimes praticados por uma organização
criminosa, a qual, sem nenhuma dúvida, o paciente lidera. Temos o Estado
capturado e refém de organização criminosa, fazendo-se mister a devolução da
ordem pública aos canais republicanos de funcionamento da Administração Pública.",
diz Medeiros no documento.
O parecer foi apresentado no âmbito de
um habeas corpus impetrado pela defesa de Coutinho junto ao STJ sustentando a
ausência de requisitos para a decretação da prisão preventiva do ex-governador,
por causa de os supostos crimes terem ocorrido entre 2010 e 2018 quando o
político estava a frene do executivo estadual.
O político foi preso na noite desta
quinta, 19, ao desembarcar no aeroporto de Natal, em cumprimento à ordem
decretada no âmbito da sétima fase da Operação Calvário, desencadeada nesta
terça, 17. No início da tarde desta sexta, 20, foi transferido para uma cela na
Penitenciária de Segurança Média da Mangabeira, em João Pessoa.
No parecer endereçado a ministra Laurita
Vaz, relatora do habeas de Coutinho no STJ, e também ao ministro Napoleão
Nunes, que está em regime de plantão judiciário e deve analisar o pedido,
Medeiros registra ainda que a liberdade de Coutinho colocaria em risco o
aprofundamento da coleta de provas.
"A Sociedade paraibana viu o
movimento das instituições de persecução e responsabilização na direção do
desmonte de organização que capturou o Estado. A prisão restaurou a ordem
pública. A liberdade do paciente, ainda que no plano individual seja clemente,
no plano coletivo, social e público é um atentado contra a ordem pública",
diz o vice-procurador-geral eleitoral.
O documento rebate ainda outros
argumentos da defesa de Coutinho, como a alegação dos advogados do
ex-governador de que a parceira entre Ricardo Coutinho e o atual governador da
Paraíba João Azevedo - que também foi alvo de buscas na sétima etapa da
Calvário - foi rompida.
Na avaliação da PGR, no entanto, a
liderança de Coutinho seria tamanha que, mesmo diante de 'inúmeros escândalos de irregularidades' envolvendo as duas
organizações sociais investigadas no esquema criminoso, Azevedo manteve seus
contratos.
Medeiros frisou ainda que a estrutura de
pessoal de Coutinho também foi mantida na atual gestão estadual, citando como
exemplo Livânia Farias, mantida no cargo de Secretária da Administração do
Estado da Paraíba até 15 de março de 2019. Também ex-procuradora-geral do Estado,
Livânia relatou, em delação premiada, ter feito a entrega de R$ 4 milhões em
espécie na Granja Santana, residência oficial do governo da Paraíba, durante o
mandato de Coutinho.
A defesa do ex-governador também pedia
que houvesse a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, argumentando
que Coutinho teria guarda unilateral do filho de 9 anos.
Com relação a tal alegação, Medeiros
registrou: "É mister frisar que é a higidez do sistema de saúde paraibano, de onde
o paciente drenou muitíssimos recursos financeiros, que assegura a todas as
crianças a prioridade de seus direitos. A Paraíba possui uma taxa de
mortalidade infantil de 15,4 a cada mil nascimentos, e esse número não foi
capaz de deter a ação da organização criminosa liderada pelo paciente”.
(Por Pepita Ortega e Rafael Moraes Moura
– Terra)
Se brincar vai juiz vc e desembarcador preso no lugar desse verme.
ResponderExcluirRecetente vimos uma reportagem de um mãe de família que morreu por falta de medimentos
Isso Valdeir ! Lamentável essa pessoa.solta com influência e dinheiro ,pode corromper o processo . Cadeia nele e nos.9 dedos .
ResponderExcluirConcordo com os comentários,O judiciário tem sido o câncer do país.
ResponderExcluirNa politica partidaria todos são ladrões. Uns rouba mais e outros menos. Não dá para canonizar ninguem. É igual o tráfico de drogas,quando a policia faz uma grande apreensão foi a concorrencia que entregou. Na Política é do mesmo jeito. Com certeza tem grupos politicos envolvido na eliminação do concorrente para roubar no seu lugar.
ResponderExcluirhttp://www.leiaflaviolucio.com.br/2020/01/04/silencio-na-imprensa-livania-diz-em-delacao-que-efraim-filho-recebeu-r-2-milhoes-de-reais-em-2014/
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