O
Açude Epitácio Pessoa, localizado no município de Boqueirão,
atende a uma
demanda de abastecimento muito alta, superior a 800 mil pessoas (18
municípios e
sete distritos), além da irrigação, piscicultura,
dessedentação animal e de Lazer.
O
uso irracional dos Recursos Hídricos no estado da Paraíba, em
especial e particular a este manancial, tem proporcionado deste a sua
construção (1954) e
inauguração (1957), momentos de alegria e
tristeza na sua trajetória nos usos múltiplos
ao qual o mesmo foi
projetado.
Ressalta-se
que, deste a inauguração até o ano
2018, ele chegou a atingir seu
volume máximo de sangria por 18 vezes, nos seguintes anos:
1967, 1968, 1973, 1974, 1975, 1976, 1978, 1981, 1984, 1985, 1986,
1989, 2004,
2005, 2006, 2008, 2009 e 2011.
Os
grandes marcos históricos deste manancial registram-se quando passou
15
anos sem atingir seu volume máximo de sangria (sangrou no dia
09.04.1989 e voltando a
sangrar em 01.02.2004).
Na
seca 1998 e 1999, no dia 28.12.1999, o açude atingiu, na
época,
seu menor volume registrado deste a sua concepção, 61.397.220 m3 –
(14,91%).
Em
2011, a sangria iniciou no dia 05.03.11 a terminou em 23.09.2011,
passando 202 dias
sangrando ininterruptamente.
Diante
dos dados registrados e dos anos vivenciados na gestão dos Recursos
Hídricos por 20 anos, argumentamos na época da crise de 1998/1999,
que, se nada for
implementado em termos de gestão/monitoramento,
crise mais severas viram.
Na
década de 20 foi um verdadeiro “oásis”, pensavam que estavam na
“Terra
de Canaã”, chuvas torrenciais e anos maravilhosos até
2011, todavia, a partir dos anos
seguintes, de 2012 a 2017, o que se
viu foram 6 anos de seca assoladora, terra
ressequida e esturricada,
e um manancial atingindo seu menor volume armazenado,
11.974.060
m3
(2,9%), no dia 18.04.2017, deste a sua construção.
Foi
a pior crise hídrica enfrentado por Campina Grande e os municípios
ao seu
entorno que dependiam deste liquido precioso.
A
Empresa responsável pelo
abastecimento (CAGEPA), enfrentou com
muita determinação e eficiência as grandes
dificuldades
enfrentadas, tendo que implementar o racionamento inicial no dia
06.12.2014
com 48 horas; no dia 13.06.2015 com 72 horas e no dia
01.11.15 com 84 horas, porém,
como a cada mês o volume baixava
consideravelmente, a empresa adotou no dia
18.07.2016 a
implementação de um novo sistema de racionamento, chamado de Zona 1
e
Zona 2 (divisão por bairros em Campina Grande) e para as cidades
do entorno com
cronograma específicos.
O fim do racionamento
ocorreu no dia 25.09.2017.
Quando
o manancial estava quase entrando em colapso – 2,9% - da sua capacidade,
chegou para salvar toda população e da crise hídrica, as águas do
Projeto de Integração do São Francisco (PISF), com inauguração
no município de Monteiro em
10.03.17 e no dia 18.04.2017, encontro
inesquecível das águas do PISF com as águas
remanescentes do
Açude Epitácio Pessoa, no Sítio Mirador – Boqueirão, às 20:02
horas.
Por
esse percentual ninguém esperava, pois, foi o menor índice
registrado pelo
açude Epitácio Pessoa deste a sua construção.
Momentos de tristeza, lamentações,
acusações, e associado a isso
a falta de planejamento, de gestão das instituições
responsáveis,
quer seja, Federal ou Estadual.
Uma verdadeira falta de sintonia ou
parceria institucional, a ponto de, se ter pontos conflitantes no
tocante quem faria a gestão
na área com a existência de água no
açude (bacia hidráulica), e quem faria a gestão no
trecho do Rio
Paraíba.
Nesta
face de racionamento um verdadeiro caos e dificuldades encontradas
junto a população de menor poder aquisitivo, pois muitos delas não tinham sequer
condições de adquirir reservatório para armazenar
água.
No
período de racionamento, um grande legado ficou para os usuários de
toda
cadeia produtiva envolvida, um grande aprendizado para as
instituições envolvidas se
conscientizarem que a água é um bem
finito, que se podem fazer o reuso deste líquido
tão precioso,
adotar métodos de captar água de chuva, usar água com
racionalidade.
SITUAÇÃO
ATUAL DO AÇUDE EPITÁCIO PESSOA
Após
a chegada das águas do PISF (2017), e com as chuvas ocorridas nos anos
de 2018 e 2019, as atividades gradativamente foram voltando a sua
normalidade
com certas limitações para irrigação e outras
atividades.
No
final do período chuvoso de 2018 e 2019, as precipitações
pluviométricas
foram de baixa intensidade, ou seja, chuvas finas
que favorece a atividade agrícola, mas
não, favorece ao um aporte
hídrico satisfatório aos mananciais para elevação da sua
capacidade de acumulação.
Em
relação ao sistema de bombeamento do Projeto de Integração do São Francisco
– PISF – Setor Leste, em 02.04.18 o sistema foi desligado para
manutenção
em diversos trechos do canal e outros problemas
técnicos ocorridos em barragens que
fazem parte do sistema.
(Por Isnaldo Costa - Engenheiro
agrônomo e especialista em recursos hídricos)
Fotos: Isnaldo Costa
Fotos: Isnaldo Costa
Qual foi o beneficio que foi feito nele nesses 65 anos mesmo?
ResponderExcluirUsar as águas
ResponderExcluirEra pelo menos pra ele ganha uma drenagem da lama que acumulou nesses anos todos
ResponderExcluirMas nem nisso eles pensarão