domingo, 26 de janeiro de 2020

EM 15 ANOS, CAMPINA TEM 39 LEIS SANCIONADAS AUTORIZANDO DOAÇÕES DE TERRENOS

O fim do ano passado foi marcado por uma polêmica, na Câmara de Vereadores de Campina Grande, em torno da doação de um terreno de 24,8 mil m² à empresa que promove a Vila Sítio São João.

A lei, aprovada no Legislativo, foi barrada por uma decisão liminar da Justiça.
Mas a apresentação de projetos que doam áreas públicas é uma prática comum nos últimos anos na cidade.
Um levantamento feito pelo blog identificou pelo menos 39 leis aprovadas e sancionadas, entre os anos de 2005 e 2019, que autorizam a doação de áreas pertencentes ao poder público.
A maior parte das doações feitas é destinada a igrejas e entidades religiosas.
Mas há também terrenos doados a clubes de mães, sindicatos, associações de moradores, órgãos públicos federais e até empresas.
No caso dos empreendimentos privados, as leis têm como fundamento uma contrapartida social – como a geração de empregos, por exemplo.
O levantamento foi feito com base no cruzamento de dados disponibilizados pelos sites da Câmara de Vereadores e da prefeitura municipal.
Em março de 2012, por exemplo, a prefeitura fez a doação de uma área para a instalação de uma empresa de call center.
O empreendimento ainda hoje continua gerando milhares de empregos. 
Já em maio de 2010, a prefeitura doou um terreno para uma empresa construir mais de duzentos apartamentos.
A doação ainda hoje é alvo de críticas.
Na última sessão de 2019, no dia 30 de dezembro, a Câmara Municipal de Vereadores aprovou a doação de 11 terrenos.
Foram beneficiados com as áreas igrejas, associações e o Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC).
No mesmo dia os vereadores também aprovaram a Reforma da Previdência Municipal.
PREFEITURA TEM COMISSÃO DE REVERSÃO DE BENS
As doações de terrenos e áreas públicas são previstas em lei, desde que tenham algum tipo de justificativa ou contrapartida social – interesse público.
Via de regra, as legislações que tratam do tema trazem a possibilidade de reversão dos imóveis ao patrimônio público, caso o objetivo para o qual foram doados não seja obedecido.
Recentemente a Procuradoria do Município de Campina Grande criou uma comissão para analisar essas doações.
"A nossa intenção é fazer um pente-fino em todos os casos e identificar situações que se enquadrem dentro da possibilidade de reversão. E aí, claro, pedirmos o retorno ao patrimônio do município”, observou o procurador geral do município, José Fernandes Mariz.
(Por Pleno Poder – Jornal da Paraíba)

Foto: Pleno Poder

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