Morreu em São Paulo nesta quarta-feira (19/02)
o cineasta José Mojica Marins, aos 83 anos, famoso por encarnar o Zé do Caixão,
personagem que fundou e deu rosto ao gênero “terrir” – o terror escrachado que
faz rir – no cinema brasileiro.
A morte de Zé do caixão foi confirmada a
VEJA pela sua filha, Liz Marins.
Ele estava internado no Hospital Sancta
Maggiore, com broncopneumonia.
Marins nasceu no ano de 1936 em uma
antiga fazenda pertencente a uma fábrica de cigarros, localizada onde hoje fica
o Bairro de Vila Mariana, em São Paulo.
Aos três anos, a família mudou da fazenda
para uma casa nos fundos de um cinema no Bairro da Vila Anastácio, que passou a
ser gerenciado pelo pai, Antônio André Marins, antes artista de circo.
Por causa disso, Marins passou a
infância lendo seus gibis e brincando de teatro de bonecos em salas de cinema
vazias e salas de projeção, enquanto acompanhava o trabalho do pai.
Aos 17, autodidata e determinado a
trabalhar como diretor, já havia fundado uma escolinha de atuação para seus
amigos do bairro.
Nesta época, Marins produziu alguns
curtas amadores até ter a ideia de fundar a Companhia Cinematográfica Atlas.
Seu interesse por temas escatológicos e
desconfortáveis também data deste período: os testes para atores eram feitos
com insetos, para verificar a “coragem” de cada um.
As autoras americanas Stephanie Dennison
e Lisa Shaw contam todos estes detalhes no livro Popular Cinema in Brazil, de
2004.
O personagem Zé do Caixão foi criado em
1963, após um pesadelo que atormentou Marins por algumas noites.
“Vi num sonho um vulto me arrastando para um
cemitério. Logo ele me deixou em frente a uma lápide, lá havia duas datas, a do
meu nascimento e a da minha morte. As pessoas em casa ficaram bastante
assustadas, chamaram até um pai-de-santo por achar que eu estava com o diabo no
corpo”, afirmou em entrevista para o Portal Brasileiro de Cinema.
A partir daí nasceu a personagem
originalmente batizada de Josefel Zanatas, o Zé do Caixão.
Mojica é considerado um dos mentores do
movimento marginal no Brasil dos anos 60 e 70.
Os títulos de seus filmes são, por si
só, clássicos da filmografia B nacional: Encarnação
do Demônio, À Meia-Noite Levarei Sua Alma, Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver
e O Estranho Mundo de Zé do Caixão são alguns deles.
(Por Veja)
AGORA SIM, ELE É REALMENTE O "ZÉ DO CAIXÃO" !
ResponderExcluirMeu ovo. Dietrich
ResponderExcluirMotos....motos motos
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