O radialista Fabiano Gomes foi preso na
manhã desta terça-feira (10/03) na oitava fase da Operação Calvário, em João
Pessoa.
Ele é suspeito de atrapalhar as
investigações solicitando dinheiro aos investigados para não divulgar
informações sigilosas.
Segundo o blog de
Matheus Leitão, do G1, o radialista também vai responder por porte ilegal
de arma.
Outros nove Mandados de Busca e Apreensão
estão sendo cumpridos em João Pessoa e Bananeiras, na Paraíba.
Um auditor também é investigado.
A defesa do radialista Fabiano Gomes
ainda não teve acesso a decisão do desembargador Ricardo Vital, mas acompanha a
busca e apreensão e a prisão temporária.
No entanto, informou estar surpresa com
ação, pois, segundo a defesa, "Fabiano
até então não era investigado, citado ou sequer foi ouvido antes pelo Gaeco na
Operação Calvário, a quem sempre se colocou e novamente se coloca à disposição
para todo e qualquer esclarecimento".
A 8ª fase da Operação Calvário e
investiga a lavagem de dinheiro de recursos desviados de organizações sociais
da área da saúde, por meio de jogos de apostas autorizados pela Loteria do
Estado da Paraíba (Lotep).
De acordo com as investigações, parte
dos recursos teria sido desviada com a participação de um auditor do Tribunal
de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB).
Ele teria recebido um valor para
atrapalhar a fiscalização nas organizações sociais.
Além disso, também com o objetivo de
impedir a investigação da Operação Calvário, o radialista Fabiano Gomes estaria
utilizando canais da imprensa para constranger os investigados ou potenciais
investigados.
Ele teria solicitado a eles uma quantia
em dinheiro para não revelar nenhum conteúdo sigiloso sobre eles.
Ao todo, 55 policiais federais e cinco
auditores da Controladoria Geral da União participaram do cumprimento dos
mandados, que aconteceram nas residências dos investigados e no Tribunal de
Contas do Estado da Paraíba.
As ordens foram expedidas pelo
Desembargador Ricardo Vital de Almeida, do Tribunal de Justiça do Estado da
Paraíba.
OUTROS
ENVOLVIDOS NA OITAVA FASE
Foram alvos de busca e apreensão na
oitava fase da Operação Calvário o irmão do ex-governador da Paraíba, Coriolano
Coutinho, acusado de ser sócio oculto do Paraíba de Prêmios (jogo de oposta);
Mayara de Fátima Martins de Souza, chefe de gabinete de Estela Izabel, e
secretária-geral da Cruz Vermelha Brasileira (CVB); e Denylson Oliveira
Machado, um dos responsáveis pelo Paraíba de Prêmios.
OPERAÇÃO
CALVÁRIO
A Operação Calvário foi desencadeada em
dezembro de 2018 com o objetivo de desarticular uma organização criminosa
infiltrada na Cruz Vermelha Brasileira, filial do Rio Grande do Sul, além de
outros órgãos governamentais.
A operação teve oito fases, resultando
na prisão de servidores e ex-servidores de alto escalão na estruturado governo
da Paraíba.
A investigação identificou que a
organização criminosa teve acesso a mais de R$ 1,1 bilhão em recursos públicos,
para a gestão de unidades de saúde em várias unidades da federação, no período
entre julho de 2011 até dezembro de 2018.
Na sétima fase, o governador da Paraíba,
João Azevêdo (Cidadania), e o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), se tornaram
alvos, no dia 17 de dezembro de 2019.
Um Mandado de Prisão foi expedido contra
o ex-governador.
Em relação ao atual governador, houve
somente Mandados de Busca e Apreensão, determinados para o palácio de governo e
para a residência oficial.
Também foram expedidos Mandados de Prisão
contra a deputada estadual Estela Bezerra (PSB) e a prefeita do município
paraibano de Conde, Márcia Lucena (PSB).
Ao todo, a "Operação Calvário –
Juízo Final" expediu 17 Mandados de Prisão Preventiva e 54 de Busca e Apreensão.
O ex-governador Ricardo Coutinho foi
preso no fim da noite do dia 19 de dezembro e teve a prisão preventiva mantida
no dia 20 de dezembro após audiência de custódia.
Ele foi encaminhado para a Penitenciária
de Segurança Média Juiz Hitler Cantalice, no bairro de Mangabeira, na capital
paraibana, onde também foram os demais presos na sétima fase da Operação
Calvário com prerrogativa de prisão especial.
Ele deixou o presídio no dia 21 de
dezembro de 2019.
(Do G1 PB)
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