(Médica Adriana Melo) |
Abaixo, listamos
alguns dos nomes femininos de maior destaque nas pesquisas que combateram
epidemias anteriores.
Veja:
BRASILEIRA
DESCOBRIU RELAÇÃO ENTRE ZIKA E MICROCEFALIA, MAS TEVE QUE INSISTIR PARA SER
OUVIDA
Adriana Melo é médica de gestações de
alto risco em uma maternidade pública de Campina Grande/PB e foi a primeira
pessoa a apresentar provas da relação entre os crescentes casos de microcefalia
na região, em 2015, e o vírus da zika.
Segundo ela, levou quase dois meses para
colocar em prática suas ideias de tratamento, pois não era ouvida pelos
companheiros.
Em fevereiro de 2016, quando a OMS
(Organização Mundial da Saúde) anunciou emergência mundial, usou as informações
descobertas por Adriana para embasar o alerta.
Como consequência de sua pesquisa, o
Ministério da Saúde incluiu, como parte do exame pré-natal, a medição do
perímetro cefálico e a obrigatoriedade de notificação diante da suspeita de
microcefalia.
MÉDICA
NIGERIANA FOI A PRIMEIRA A DIAGNOSTICAR EBOLA E MORREU DA DOENÇA
Considerada
heroína no país, a médica Ameyo Stella Adadevoh foi a primeira a diagnosticar
um caso de ebola, uma febre hemorrágica que matou dezenas de milhares de
pessoas em países africanos, no pior surto da doença, em 2014.
O paciente, um diplomata
liberiano-americano, foi internado em uma unidade de isolamento, e Ameyo foi
uma das poucas profissionais que aceitou tratá-lo diretamente.
Diante da falta de ajuda governamental,
ela tomou as rédeas do controle da doença e promoveu uma campanha de
conscientização contra o ebola.
Dias depois da morte do paciente, a
médica começou a apresentar sintomas, que incluem febre, dor
muscular e diarreia.
Foi internada no mesmo centro de tratamento que ajudou a
construir e morreu após 11 dias.
NOS
EUA, MÉDICA LIDEROU ESTUDOS PARA ENCONTRAR VACINA CONTRA POLIOMIELITE
A virologista Isabel Morgan teve um
trabalho fundamental ao coordenar os testes de uma possível vacina contra
poliomielite em macacos, em 1944.
Sua pesquisa foi considerada uma peça
chave para o desenvolvimento da vacina contra a doença em humanos, em 1955.
A equipe da qual Isabel fazia parte,
ligada à Universidade Johns Hopkins, provou que vírus inativos poderiam
provocar imunidade à doença em macacos.
A poliomielite, que causa paralisia e
pode levar à morte, foi praticamente erradicada no mundo.
CHINESA
GANHOU PRÊMIO NOBEL APÓS DESCOBRIR A CURA DA MALÁRIA
Ganhadora do
Nobel de Medicina em 2015, Tu Youyou foi a primeira mulher da China a receber
tal reconhecimento.
Tu, atualmente cientista-chefe da
Academia de Medicina Chinesa Tradicional, foi premiada por ter descoberto uma
substância, artemisinina, usada para tratar a malária.
Foi considerado um avanço sem
precedentes na cura de uma das mais sérias das doenças infecciosas.
A descoberta foi feita nos anos 1970,
quando Tu, formada em farmacologia, estudava ervas medicinais tradicionais
usadas no país.
Viu que uma planta do gênero Artemisia
era usada para tratar febres e, após estudá-la, percebeu que a substância inibe
a proliferação do parasita da malária.
Medicamentos à base de artemisinina,
criados por Tu, ajudaram milhões de pessoas a sobreviver à doença.
FRANCESA
FEZ PARTE DE PESQUISA QUE DESCOBRIU O VÍRUS HIV
A virologista Françoise Barré-Sinoussi é
reconhecida mundialmente pela descoberta do vírus da Aids ao lado de Luc
Montaigner.
A cientista, que desde a década de 1970
faz parte da equipe do Instituto Pasteur, na França, recebeu o Nobel de
Medicina em 2008.
Ainda nem se falava em epidemia de Aids
em 1983, quando Françoise e Montaigner descreveram um retrovírus presente em
pacientes com glândulas linfáticas inchadas que atacavam linfócitos — célula
importante para o sistema imunológico.
Esse retrovírus depois ficou conhecido
como HIV.
A descoberta foi crucial para melhorar
os métodos de tratamento para quem sofre de Aids.
O currículo de Françoise é extenso.
Já assinou mais de 240 publicações
científicas, participou de centenas de conferências por todo o mundo, formou
pesquisadores, é membro de vários comitês científicos e presta consultoria à
OMS (Organização Mundial da Saúde) e ao programa da ONU (Organização das Nações
Unidas) sobre HIV/Aids.
ALICE
BALL FOI PIONEIRA NO TRATAMENTO DA HANSENÍASE, MAS CRÉDITO FICOU COM UM HOMEM
Antes da criação dos antibióticos, a
substância usada para o tratamento da hanseníase, então conhecida como lepra,
foi um óleo injetável desenvolvido pela química Alice Augusta Ball, dos Estados
Unidos, em uma técnica que ficou conhecida como "método Ball".
Ela tinha 23 anos.
Alice também foi a primeira mulher negra
a se formar na Universidade do Havaí e a primeira mulher a lecionar na mesma
instituição.
A pesquisadora morreu aos 24, antes de
conseguir publicar sua descoberta.
Após sua morte, o presidente da
universidade, Arthur L. Dean, continuou o trabalho de Alice e publicou os
resultados dela, além de produzir grandes quantidades do óleo.
Mas, ao divulgar a pesquisa, não deu o
crédito a ela — além disso, renomeou a técnica para "método Dean".
Foi só seis anos após sua morte que o
supervisor de Alice na universidade comunicou à comunidade científica a real
autoria dos estudos e reivindicou o uso do nome correto: hoje ele é chamado de
método Ball.
(Uol – Universa)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.