Com o avanço da pandemia de covid-19 um
tema recorrente é quando São Paulo chegará ao "pico" de novos casos
da doença.
O pico é o dia onde o número de pessoas
infectadas é igual ao número de pessoas curadas.
A partir dele, a quantidade de pacientes
recuperados começa a superar o número de novos casos e a doença para de
avançar. Segundo o professor Mark Laurie, da Universidade de Saúde Pública de
Brown, nos Estados Unidos, trata-se do ponto onde é registrado o maior número
de casos.
Especialistas afirmam, no entanto, que é
difícil precisar uma data específica, ou quantas pessoas serão infectadas e
curadas neste dia.
E também, que dificilmente o pico ocorre
num único dia, sendo mais próximo de um "platô".
É possível, no entanto, estimar quando
será o pico.
O Ministério da Saúde prevê que o mês de
maio será a pior fase da covid-19 no País, alavancada pelos estados do Sudeste,
com maior densidade populacional, principalmente pelos Estados de São Paulo e
Rio de Janeiro.
O Brasil, no entanto, terá um desafio
extra nos próximos meses.
Segundo documento do ministério, o
período entre maio e junho é quando o país já enfrenta alta de internações por
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Em 2019, o pico das hospitalizações
ocorreu entre 27 de maio e 2 de junho.
A preocupação da pasta é a sobreposição
das duas curvas em 2020, com o novo coronavírus como complicador.
As internações por SRAG no Brasil já
estão muito acima da média neste ano.
Elas dispararam a partir de meados de
março, o que coincide com o momento em que casos de covid-19 começaram a ser
identificados no Brasil (o primeiro é de 26 de fevereiro).
SRAG é uma definição que vale para casos
graves de vários tipos de infecção, como as também causadas pela gripe sazonal
e outros vírus respiratórios, mas como a única novidade no radar é o Sars-CoV-2
(o novo coronavírus), acredita-se que essa alta nas internações seja motivada
por ele.
De acordo com o ministério, até a semana
passada houve um aumento de 366% nas internações por SRAG em 2020 em relação ao
mesmo período de 2019.
Até o dia 20 de abril de 2020, foram
registradas 55.980 hospitalizações por SRAG no Brasil.
Do que já foi testado, 8.318 (15%) foram
de casos confirmados para covid-19.
A precisão para determinar o pico do
número de casos, no entanto, é prejudicada pela dificuldade nas notificações.
Atualmente, entre a chegada de um paciente grave numa unidade hospitalar e a
confirmação do diagnóstico de covid-19 passam-se cerca de 10 dias, tempo
precioso para tomada de novas medidas, caso sejam necessárias.
ACHATAMENTO
DA CURVA
O governo do Estado de São Paulo vem
apontando que as medidas de isolamento social estão conseguindo diminuir a
velocidade do aparecimento de novos casos, apesar de alguns cientistas ainda
considerarem ser cedo para ver resultados.
A curva de crescimento da covid-19 tem
sido menos íngreme, mas ainda há gargalos nos testes, o que pode dificultar um
mapeamento mais claro.
Com o achatamento, o sistema de saúde
fica menos sobrecarregado e consegue lidar melhor com os casos mais graves,
onde há necessidade de internação em UTI, o maior gargalo hospitalar.
Como a disponibilidade de leitos é
limitada, quanto menos novos casos, menos casos graves serão registrados e
menos pessoas precisam de atendimento especial.
A capital contava com 507 leitos de UTI
no início do ano e há a previsão de abertura de outros 598 até o fim de abril.
Para maio, o governo prometeu a abertura
de outros 333 novos leitos de UTI na cidade.
No último sábado (18/04) o prefeito
Bruno Covas inaugurou um hospital no centro da capital com mais 29 leitos de
UTI.
A unidade municipal fica no centro da
cidade.
(Por Terra)
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