Mesmo nessa fase
difícil de combate ao Covid-19, o Sindicato dos Urbanitários da Paraíba
(Stiupb), está atento quanto à tramitação do PL 4.162/2019 – Novo Marco
Regulatório do Saneamento Básico, projeto já analisado pela Câmara e que pode
ir a Plenário virtual para votação remota no Senado brevemente.
Representantes
da Federação Nacional dos Urbanitários – FNU – e outras entidades (como a
Ondas) informaram ao presidente do Stiupb, Wilton Maia Velez, que estão sendo
desenvolvidos esforços junto aos senadores para que o citado PL não vá ao
Plenário virtual.
Com o
agravamento da crise provocada pela pandemia de Covid-19, a matéria foi listada
pela equipe econômica do governo entre as que devem ter a tramitação acelerada
no Congresso Nacional.
O maior impasse
em torno do projeto é sobre o modelo proposto, que permite abrir mais caminho
para o envolvimento de empresas privadas no setor.
Parlamentares da
oposição alegam que a exigência de licitações e as metas de desempenho para
contratos tenderão a prejudicar e alienar as empresas públicas.
Além disso, o
texto estabelece prioridade no recebimento de auxílio federal para os
municípios que efetuarem concessão ou privatização dos seus serviços.
Atualmente, a
proposta tramita na Comissão de Meio Ambiente (CMA), onde é relatada por
Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
O senador já
sinalizou que fez ajustes de redação para garantir que as novas regras não
prejudiquem as cidades menos desenvolvidas e os cidadãos com mais dificuldades
de acesso ao tratamento sanitário.
“A
convicção sobre a necessidade de um novo marco regulatório para o saneamento
que incentive investimentos, que abra mercado, e que permita definitivamente aos brasileiros ter acesso a
água potável e a esgotamento sanitário se mostra cada vez mais relevante nesse
cenário em que vivemos, de epidemia. O relatório está pronto para ir à votação,
no momento que for definido pela cúpula do Senado Federal. A gente tem
defendido que seja um dos projetos prioritários, tanto porque ele é relevante
para o aspecto sanitário como também porque ele alavanca investimentos em um
momento que a nossa economia vai precisar disso e da retomada de empregos. É um
projeto muito oportuno”, avaliou Alessandro.
As alterações na
CMA não devem afetar a decisão final do Senado sobre o projeto original,
evitando que o texto volte para análise dos deputados.
Se a proposta
não for levada diretamente para votação em Plenário, ainda deve passar pela
Comissão de Infraestrutura (CI), cujo relator é Tasso Jereissati (PSDB-CE).
O senador é
autor de outro projeto (PL 3.261/2019) para regulamentar o setor, já aprovado
no Senado, mas que foi arquivado pela Câmara.
MARCO LEGAL
Os objetivos do
PL 4.162/2019 são centralizar a regulação dos serviços de saneamento na esfera
federal, instituir a obrigatoriedade de licitações e regionalizar a prestação a
partir da montagem de blocos de municípios.
A principal
novidade é o fim dos contratos de programa (prejudicando cidades menores),
instrumentos pelos quais os municípios transferem a execução dos seus serviços
de saneamento para empresas públicas dos governos estaduais.
Os contratos
contêm regras de prestação e tarifação, mas permitem que as estatais assumam os
serviços sem concorrência. Em lugar deles, entrarão as licitações, envolvendo
empresas públicas e privadas.
Para viabilizar
economicamente a prestação para cidades menores, mais isoladas ou mais pobres,
o texto determina que os estados componham grupos de municípios, ou blocos, que
contratarão os serviços de forma coletiva.
Municípios de um
mesmo bloco não precisam ser vizinhos.
A adesão é
voluntária — uma cidade pode optar por não ingressar no bloco estabelecido para
ela e licitar sozinha.
Pela proposta, a
regulação do saneamento básico do Brasil ficará a cargo da Agência Nacional de
Águas (ANA), uma agência federal.
O projeto exige
dos municípios e dos blocos de municípios que implementem planos de saneamento
básico, e poderá oferecer apoio técnico e ajuda financeira para essa tarefa.
(Assessoria)
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