A vacina desenvolvida pela Universidade
de Oxford, no Reino Unido, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, é segura
e capaz de desenvolver anticorpos contra o novo coronavírus.
De acordo com os dados, as pessoas que
receberam a imunização – entre 23 de abril
e 21 de maio, no Reino Unido – produziram anticorpos e glóbulos brancos para combater o
vírus.
A vacina não apresentou nenhum efeito
colateral grave e provocou respostas imunes com anticorpos e células T.
A vacina é uma das mais promissoras para
combater o novo coronavírus e está na terceira e última fase de estudos
clínicos, quando é avaliada sua eficácia para imunizar seres humanos.
Essa etapa acontece simultaneamente no
Reino Unido, no Brasil e na África do Sul – a vacina está sendo testada em 50
mil pessoas, incluindo 5.000 brasileiros (duas mil em São Paulo, duas mil na
Bahia e mil no Rio de Janeiro).
RESULTADOS
POSITIVOS NAS FASES 1 E 2
Os resultados da pesquisa divulgada pela
Lancet se referem à primeira e à segunda fase dos estudos clínicos, quando
foram analisadas, respectivamente, a segurança da vacina – como possíveis efeitos colaterais – e a capacidade de produzir uma reação do sistema
imunológico.
"Esperamos que isso signifique que
o sistema imunológico se lembre do vírus, para que nossa vacina proteja as
pessoas por um período prolongado", disse o principal autor do
estudo, Andrew Pollard, da Universidade de Oxford.
"No entanto, precisamos de mais
pesquisas antes de confirmarmos que a vacina protege efetivamente contra a
infecção por Sars-CoV-2 e por quanto tempo dura a proteção”, explicou.
EFEITOS
COLATERAIS
O estudo aponta que o grupo que recebeu
a vacina apresentou algumas reações locais e sistêmicas, como fadiga, dor
muscular, febre e dor de cabeça – muitas das quais reduzidas pelo uso de paracetamol –,
mas não foi registrado nenhum "evento colateral sério".
Fadiga e dor de cabeça, respectivamente,
apareceram em 71% e 68% dos voluntários que receberam a vacina sem paracetamol,
sendo os efeitos colaterais mais comuns.
IMUNIZAÇÃO
Segundo o estudo, o pico da resposta
entre os linfócitos T específicos para a proteína spike, que o coronavírus usa
para agredir as células humanas, ocorreu no 14º dia após a aplicação da vacina.
Já o ápice da reação dos anticorpos IgG
para a mesma proteína spike ocorreu no 28º dia e foi impulsionado por uma
segunda dose, aplicada em 10 participantes.
O estudo, no entanto, não avaliou quanto
tempo esses anticorpos podem durar, aspecto que está sendo analisado na
terceira fase.
A vacina utiliza um adenovírus de
chimpanzés para apresentar a proteína spike ao sistema imunológico.
Na última etapa dos estudos clínicos, os
voluntários serão acompanhados por 12 meses, até junho do ano que vem.
No entanto, a multinacional AstraZeneca,
responsável pela fabricação do medicamento em nível mundial, espera ter
resultados confiáveis em setembro.
A empresa já iniciou a produção da
vacina e planeja começar sua distribuição ainda em 2020, caso os resultados da
terceira fase dos estudos clínicos sejam positivos.
"Se nossa vacina se mostrar
eficaz, é uma opção promissora, já que este tipo de vacina pode ser fabricada
facilmente em grande escala" comentou Sarah Gilbert, pesquisadora
da Universidade de Oxford.
VELOCIDADE
SURPREENDENTE
A vacina de Oxford está entre as
principais candidatas na luta contra a covid-19, ao lado de outros em ensaios
de estágio intermediário e final.
Outro imunizante em estágio avançado de
teste é a da chinesa Sinovac Biotech.
A vacina chinesa chegou nesta
segunda-feira (20) ao Brasil e deve entrar em fase de testes.
Normalmente, a vacina levaria 18 meses
para ser aprovada, mas os cientistas estão confiantes de que conseguirão
encurtar este período para 12 meses se os resultados forem positivos.
A redução de tempo foi possível também
por se tratar de uma vacina emergencial.
De acordo com a OMS (Organização Mundial
de Saúde), existem atualmente 163 substâncias candidatas a vacina contra a
covid-19 em desenvolvimento em todo o mundo.
Também segundo a OMS, a de Oxford é a
que se encontra em estágio mais avançado de testes.
OUTRA
VACINA CHINESA
Um outro estudo, este chinês e que
também saiu na Lancet hoje, também mostrou resultados seguros para os pacientes
e produziu resposta imunológica.
Apoiado pela Cansino Biologics, provocou
uma forte reação de anticorpos em outro ensaio na maioria de seus cerca de 500
participantes.
CANDIDATA
DA PFIZER
As farmacêuticas Pfizer e BioNTech, que
estudam uma vacina contra a covid-19, também anunciaram hoje resultados
positivos nos estudos alemães da profilaxia.
De acordo com as farmacêuticas, foram
verificadas respostas imunes "fortes" e em velocidade anterior ao
prazo estimado das chamadas células T, consideradas fundamentais para protegerem
um organismo do novo coronavírus.
A pesquisa não registrou efeitos
colaterais graves em indivíduos que receberam a vacina.
Os eventos adversos mais agudos foram
sintomas de gripe e reações no local da injeção.
Os avanços ainda precisam ser avaliados
por pares para posterior publicação em revista científica.
(Uol com informações de Ansa, Reuters e
Estadão Conteúdo)
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