O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal
Federal (STF), defendeu neste sábado (18/07) a responsabilização de plataformas
digitais pela publicação de notícias falsas.
Segundo o ministro, a prioridade é punir a ilegalidade, em defesa de quem se sentiu lesado.
Segundo o ministro, a prioridade é punir a ilegalidade, em defesa de quem se sentiu lesado.
Em um segundo momento, é possível a
plataforma pedir na Justiça a transferência da punição para o autor da notícia.
A divulgação de fake news pode ser punida criminalmente, ou civilmente, quando o culpado
pode ser condenado a pagar indenização à vítima.
Fux sugeriu que a lei das fake news, em tramitação no Congresso
Nacional, apresente soluções para responsabilizar redes e plataformas por
divulgação de fake news.
Ele também afirmou ter certeza que o projeto,
quando for aprovado, terá sua validade questionada no STF, por ser “um
tema delicado”.
A opinião foi manifestada em um
seminário na internet intitulado “Democracia e o desafio de combater a
desinformação”, promovido pelo Instituto de Direito Público (IDP).
"Pudesse eu colaborar no projeto
legislativo, eu atuaria neste sentido, de trazer a responsabilidade para as
plataformas, com direito regressivo contra o autor daquela notícia falsa",
disse Fux.
Segundo o ministro, banir o conteúdo
falso das redes não se equipara à prática de censura:
"Na minha opinião, o discurso de
que é censura contra o conteúdo não pode exonerar essas plataformas de uma
triagem evidente de uma fake news nociva ao país, à nação e à imagem que o país
projeta para o exterior. Acho que é uma questão de soberania nacional",
afirmou.
O ministro defendeu que as plataformas
apresentem meios para realizar esse filtro.
Segundo Fux, o julgamento recente do
STF, que manteve aberto o inquérito das fake
news, é uma forma de mostrar que a sociedade mudou de opinião a respeito
das notícias falsas.
"É a minha opinião diante dos
fatos alarmantes que nós tivemos conhecimento no processo das fake news do
Supremo Tribunal Federal e que, de forma praticamente singular, obtivemos um
placar de 10 a 1. Esse inquérito era acoimado de inquérito fim do mundo e se
tornou um inquérito de defesa das instituições. Dificilmente se consegue placar
de 10 votos no Supremo. Esse placar emblemático mostra a evolução da sociedade",
declarou.
No mesmo evento, Fux afirmou que o
anonimato na internet não deveria ser respeitado se houver abuso no direito de
livre manifestação do pensamento.
"A liberdade de expressão tem de
ter uma posição preferencial, especialmente numa democracia. Mas, quando ela se
descambar para uma liberdade de expressão abusiva e atentatória para a própria
democracia, deve ser proibido o anonimato", disse.
(O Globo)
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