A pandemia do novo coronavírus causou sérios danos nas economias mundiais mais consolidadas, e os impactos nos países emergentes como o Brasil também foi enorme.
Porém, as medidas emergenciais tomadas
pelo Ministério da Economia e pelo Banco Central, com medidas de transferência
de renda, impulso ao crédito a empresas e aumento de liquidez no sistema
financeiro posicionaram o Brasil numa situação melhor em relação aos outros
emergentes.
Em uma apresentação para investidores do
Bank Of America realizada na última quarta-feira (19/08), o presidente do BC,
Roberto Campos Neto voltou a afirmar que o cenário para o Brasil segue
desafiador.
Mas os números apresentados mostram que,
pelo menos inicialmente, o colchão feito por aqui foi eficiente.
Na apresentação, o BC compilou uma série
de dados com o raio-x das economias mundiais.
No caso da indústria, o índice de
Gerentes de Compras (PMI) da indústria brasileira alcançou em julho o maior
nível desde o início da pesquisa realizada pela IHS Markit, provedora inglesa
de informações globais.
O indicador brasileiro de julho foi de
58,2%, ante 51,6% no mês anterior.
Nesse indicador, quando o número está
acima de 50%, o setor está passando por crescimento em vez de retração.
Comparando o Brasil a outros emergentes
como México, índia, África do Sul, Rússia e Colômbia, a indústria brasileira
foi a que melhor performou no período.
Na ótica do PIB, a projeção da recessão
brasileira, na casa de 5,6% segundo perspectivas do mercado financeiro deve ser
um dos menores tombos dos emergentes, perdendo apenas para a Índia e,
estendendo aos Brics, para a China, que deve terminar o ano com crescimento
econômico.
Em 2021, a economia brasileira deve
crescer em linha com os outros emergentes.
As projeções, baseadas em dados da
economia brasileira bem como da mundial, segundo o BC, mostram que o cenário
ainda é de cautela, mas que as medidas tomadas no início da pandemia se
mostraram eficientes, e a trajetória é de recuperação mais sólida a partir do
terceiro trimestre.
Para quem acreditava em um tombo
catastrófico e sem possibilidade de recuperação, pode-se dizer que a economia
brasileira surpreendeu na resiliência, mas não é suficiente para abandonar a
agenda reformista e abrir os cofres.
O mau exemplo dado pelo Senado Federal
na última quarta-feira, derrubando o veto dos servidores vai na direção
contrária dos ajustes trabalhados pela Economia e projetados pelo BC para um
crescimento gradual a partir deste semestre e no ano que vem.
A resiliência não abre margem para a
gastança e é preciso de compromisso para a recuperação projetada.
(Por Veja)
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