A Delegada Nercília Dantas, da Delegacia de Homicídios em Campina Grande, ouviu em depoimento o pai do menino Samuel Lucas Bernardo, de 4 anos de idade, e que foi morto por espancamento no último sábado (19/09) no Bairro Mutirão.
A madrasta dele está presa como suspeita
do crime.
O pai do garoto está preso em uma das
unidades penais de Campina Grande por crime de tráfico.
O que deixou todo mundo sem entender é
que Samuel tinha uma mãe que mora em Mari, na região de Guarabira, no Brejo, mas ele estava morando com a madrasta em Campina.
Foi justamente para esclarecer este
ponto que a delegada procurou ouvir o depoimento do pai dele.
“O normal é que ela (a criança) estivesse com
os parentes biológicos (se não com a mãe, mas com a avó, com um tio). Com
alguém da família, pois é isso que a lei determina (‘na falta de um dos
genitores ou dos dois, que se procure alguém da família biológica para deixar a
criança com ela’)”, disse a delegada Nercília Dantas.
Mas o fato é que Samuel não morava com
ninguém da família.
O garoto vivia numa casa onde a madrasta
tinha mais dois filhos menores de outros relacionamentos, quer dizer: num ambiente estranho.
“Essa criança estava com essa pessoa (a
madrasta) que era estranha a ela; uma companheira do pai dela que nem era uma
companheira antiga. E essa criança (Samuel) na guarda dessa pessoa... Se essa
criança não tivesse sido deixada na mão dessa pessoa, talvez não tivesse
ocorrido a tragédia que aconteceu”, afirmou a delegada.
Mas por qual motivo a Samuel Lucas não
estava morando com a mãe?
“A mãe disse que estava sendo ameaçada pelo
pai do menino para entregá-lo a madrasta. O pai da criança pressionou”,
informou a delegada com base no depoimento da mãe do menino no sábado (19).
NO
PRESÍDIO, O QUE DISSE O PAI DE SAMUEL
“Ele disse que na verdade a mãe não estava
interessada em ficar com a criança. Tinha chegado ao conhecimento dele que ela
iria ‘dar’ a criança para outra família criar. Ele alega que interviu diante
dessa situação: o fato da mãe não está se responsabilizando por esta criança”.
Segundo a policial, o pai de Samuel está
estado de choque.
Ele não consegue acreditar que a pessoa
que ele confiou para deixar o filho, tenha cometido esse crime.
“Ele está entre a raiva, o choque,
acreditar, não acreditar...”.
Maria Clara, a madrasta, informou que um
homem teria estado na casa dela e ele seria o responsável pela morte de Samuel.
Isso foi descartado.
O IPC realizou exames e não foi confirmado,
inclusive, abuso sexual.
“Quando ela percebeu que poderia ser responsabilizada
pelo que tinha ocorrido com a criança, começou a colocar uma terceira pessoa na
história (‘um personagem’)... Só que esta história de desfez, pois a Polícia Militar
em Pernambuco encontrou essa pessoa, nós a ouvimos, ouvimos testemunhas e o
homem sequer esteve em Campina Grande na manhã do fato”.
No dia do caso, Samuel foi levado pela madrasta
ao Hospital de Trauma.
Ela disse que o menino havia sofrido uma
queda no banheiro.
De pronto o corpo médico que atendeu a
criança percebeu que ali se tratava de agressão.
O menino chegou praticamente morto ao Trauma.
“Samuel tinha hematomas antigos, recentes e
bem mais recentes”, disse o diretor do Núcleo de Medicina e Odontologia
Legal de Campina Grande, Márcio Leandro.
(Por www.renatodiniz.com)
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