A Polícia Federal deflagrou nessa segunda-feira (14/09) a operação Matáá, para investigar as queimadas no Pantanal.
Para o delegado Alan Givigi, o fogo que
consome o maior bioma úmido do mundo não é acidental.
Os investigadores veem indícios de
queimadas deliberadas para criação de área de pasto onde antes era mata nativa.
“As queimadas começaram em fazendas da
região, em espaços inóspitos, dentro das fazendas, onde não há nada perto, o
que nos faz entender que não pode ser acidente. Teoricamente, alguém foi lá
para isso [colocar fogo]“, disse o delegado em entrevista ao Estado de
S. Paulo publicada nesta terça (15).
“O fogo nesse caso seria para queima da mata
nativa para fazer pasto. Já que não pode desmatar, porque é área protegida,
coloca fogo e o pasto aumenta, sem levantar suspeita”, falou Givigi.
Os agentes cumpriram mandados de busca e
apreensão em Campo Grande e Corumbá.
A PF não divulgou o nome dos envolvidos.
Os suspeitos podem responder por crimes
de dano à floresta de preservação permanente, dano direto e indireto a Unidades
de Conservação, incêndio e poluição.
O Ministério do Desenvolvimento Regional
reconheceu nessa segunda a situação de emergência em Mato Grosso.
Com o documento assinado pelo governo, o
Estado e seus municípios têm acesso a recursos federais para usar no combate
aos incêndios.
Entre o mês de janeiro e o último
domingo (13) foram registrados 14.489 focos de incêndio na região.
No mesmo período do ano passado, foram
4.699.
O fogo consumiu 10% do bioma este ano,
com 17.500 quilômetros quadrados de mata destruídos.
Isso equivale a três vezes a área do
Distrito Federal.
(Poder 360)
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