*Polícia também apresentou indícios de
fraude processual, com adulteração da cena do crime
Os policiais de Sergipe suspeitos de
assassinarem o advogado paraibano Geffesson de Moura Gomes foram indiciados por
homicídio qualificado e fraude processual, pela adulteração da cena do crime.
O inquérito do assassinato registrado no
dia 16 de maio concluiu que o paraibano foi morto por engano.
Os suspeitos do crime estão presos.
O delegado Glauber Fontes, disse que
alguns pontos que foram essenciais para a conclusão do inquérito e que
justificam o pedido de prisão preventiva dos policiais sergipanos.
“Os policiais estavam ali não para prender,
mas para executar, pois os disparos comprovam isso, sendo oito disparos à
queima roupa. Além disso, para tentar ludibriar a investigação eles jogaram uma
arma no carro da vítima e apresentaram essa arma apenas na Delegacia de Patos e
não no local do crime, caracterizando o crime de fraude processual”,
disse o delegado Glauber Fontes.
“Outros agravantes foram encontrados durante
a investigação da Polícia Civil da Paraíba, que revelou que o delegado da
Polícia Civil de Sergipe, um dos suspeitos já tinha envolvimento em uma
situação muito semelhante no ano de 2020 em Tamandaré, quando assassinou o tio,
que era o alvo que eles realmente queriam, ou seja, já havia um problema
familiar entre a equipe do delegado e o investigado, que era o alvo que eles
procuravam”, destacou Glauber Fontes.
O que o relatório aponta é que o
advogado Geffesson de Moura Gomes foi morto por engano, pois o alvo da equipe
sergipana era o investigado Luiz Henrique Cunha Carvalho.
Outro ponto é a questão da arma que foi
atribuída a Geffesson. Segundo o delegado Glauber Fontes, a arma tinha sido
revendida para um policial militar do estado de Sergipe que, inclusive,
encontra-se preso.
O delegado Sylvio Rabelo, da 3ª
Superintendência de Polícia Civil da Paraíba, que investiga os casos
relacionados a várias cidades do Sertão, destacou que o relatório é preciso e
com base em uma investigação minuciosa, não deixando dúvidas quanto as autorias
do crime.
“No que tange à autoria, não remanescem
dúvidas. O autor dos oito disparos de arma de fogo que ceifaram a vida da
vítima foi o delegado da Polícia Civil do estado de Sergipe, Osvaldo Resende
Neto. Os policiais José Alonso de Santana e Gilvan Morais de Oliveira deram o
apoio necessário para a consumação do crime ao realizarem a abordagem com o
propósito previamente definido: localizar e executar a vítima Luiz Henrique
Cunha Carvalho. O que deu errado, no momento da consumação do crime, foi o fato
de Geffeson ter sido confundido com Luiz Henrique”, disse delegado
Sylvio Rabelo.
ENTENDA
O CASO
No dia 16 de março deste ano, por volta
das 22h00, uma equipe da Polícia Civil de Sergipe entrou em território
paraibano para realizar diligências quando abordou o advogado Geffesson de
Moura Gomes, que trafegava pela rodovia federal BR-230, à altura do município
de Santa Luzia, Sertão do estado,
O objetivo era prender um grupo
criminoso que atua em roubos de cargas e outros crimes em Sergipe e que havia
se escondido na Paraíba.
Os policiais de Sergipe estavam de posse
de mandados de prisão expedidos pela Justiça para serem cumpridos durante a
ação.
Os policiais sergipanos, no entanto, não
deram qualquer chance do advogado paraibano se explicar ou se apresentar, pois,
ao confundi-lo com um dos procurados, já foram atirando e atingiram a vítima
com oito disparos à queima-roupa.
Eles ainda levaram a vítima, já sem
vida, e a deixaram na frente do hospital de Santa Luzia.
Também apresentaram uma arma de fogo à
Delegacia de Patos como se fosse do advogado e alegando tê-la encontrado no
carro do mesmo.
(Por Redação Portal T5)
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