Situado na zona leste de Campina Grande, no Bairro José Pinheiro, o imóvel que no passado, ficou conhecido como Círculo Operário, tornou a pertencer, de fato e de direito, à Diocese de Campina Grande, que sempre manteve a posse da escritura pública deste imóvel em seus arquivos.
O imbróglio jurídico perdura-se há mais
de 16 anos, onde a Diocese requeria o imóvel que estava alugado a uma Igreja
Protestante.
Para entender o contexto, a Paróquia de
Nossa Senhora da Conceição (Catedral), integrante da Diocese, no ano de 1949
comprou o referido terreno, e na década de 1960 construiu o prédio onde passou
a funcionar o Círculo Operário.
Com o fim da entidade, o patrimônio
deveria ter sido devolvido à Diocese, coisa que não aconteceu.
Pelos estatutos registrados em cartório,
o patrimônio só poderia ser usado para fins católicos.
Desde então, terceiros ligados ao antigo
movimento católico (Círculo Operário), permaneceram em silêncio e, tendo posse
indevida, resolveram alugar o prédio a uma Igreja de denominação protestante.
A
SITUAÇÃO NA JUSTIÇA
O Superior Tribunal de Justiça, em sua
Terceira Turma, entendeu que a posse do terreno situado no Bairro José
Pinheiro, antigo Bairro “Açude Velho”, pertence a Diocese.
O processo movido contra a Diocese de nº
2006294- 55.2014.815.0000, foi entendido como improcedente, isto porque, a
Paróquia de Nossa Senhora da Conceição (Matriz Diocesana) sempre deteve a posse
da escritura do terreno.
Nas instâncias inferiores, os autores do
processo, ligados ao antigo Círculo Operário, também perderam; com a chegada do
processo ao STJ em 2020, a Terceira Turma deliberou que o patrimônio deveria
ser devolvido à Diocese, conforme consta no processo.
Tendo esta causa sido encerrada, os
ocupantes do espaço, devolveram à Diocese.
A
SITUAÇÃO ATUAL DO PRÉDIO
Neste dia 21 de maio, o Bispo Diocesano
de Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de Matos, acompanhado do Padre Márcio
Henrique, e do auxiliar do Economato da Diocese, Marcélio Bastos, visitaram as
estruturas do prédio, que se encontra em bom estado, entretanto requer melhoria
em suas dependências.
O espaço é composto de um ginásio que
comporta eventos, salas, um primeiro andar também com salas, e um espaço
externo tanto no lado esquerdo como no lado direito do imóvel.
Para o Bispo, essa conquista, foi motivo
de alegria.
“Aqui tem uma história, a história da Igreja
de Campina Grande. Estamos retomando o prédio, e aqui iremos organizar todo um
trabalho em prol da nossa igreja, com o objetivo primeiro que são as obras
sociais, e isso é motivo de alegria para toda a Igreja de Campina Grande, pois
esse patrimônio é nosso”, disse.
O
ANTIGO CÍRCULO OPERÁRIO
Fruto da política Varguista, as
Associações civis de trabalhadores, de inspiração católica, surgem no Brasil em
1930, período do Estado Novo.
A primeira dessas associações foi o
Círculo Operário Pelotense, fundado na cidade de Pelotas (RS) em 15 de março de
1932.
No período do Estado Novo, o movimento
operário católico cresceu bastante.
Os círculos receberam o reconhecimento
oficial do governo e foram beneficiados por favores, na medida em que ajudavam
a administrar a legislação de bem-estar social instituída por Vargas. Ao fim
desse período, existiam duzentos círculos e duzentos mil associados em todo o
país.
No meio da década de 1950, a Igreja
tratou de modernizar os círculos, reorientando seu programa e suas atividades
com vistas ao trabalhador brasileiro.
Em 1964, funcionavam no país 408
círculos, reunidos em 16 federações estaduais, com um total de cerca de 435.000
associados.
Nesta mesma década, 1960, em Campina
Grande, foi construído o Círculo Operário Campinense passando a funcionar como
espaço educativo que vigorou até a década 80.
(Por: Ascom/Padre Márcio Henrique)Fotos: Rafael Augusto
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