Os benefícios da vacinação contra a
Covid-19 já podem ser observados em todo o mundo, à medida que mais pessoas são
imunizadas.
No Brasil, não é diferente.
Dados mostram evidências claras de que a
vacina vem reduzindo casos de infecção e mortes.
Apesar disso, o país ainda enfrenta
problemas em sua campanha de imunização.
A escassez de vacinas é um deles.
Milhares de pessoas que tomaram a
primeira dose ainda aguardam a segunda – o imunizante requer duas doses para
oferecer proteção segura contra o vírus.
A CoronaVac, por exemplo, está em falta
em cidades de pelo menos 18 estados.
Até agora, segundo dados da plataforma
Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford (Reino Unido), cerca de 30 milhões de pessoas no Brasil já
receberam pelo menos uma dose da vacina contra a Covid.
O número pode parecer alto, mas, na
prática, significa que o país só administrou 20,7 doses para cada 100 pessoas,
taxa inferior à de nações desenvolvidas, como Estados Unidos, Israel, França e
Reino Unido, e também emergentes, como Chile e Uruguai.
CONFIRA
TRÊS BOAS NOTÍCIAS DA VACINAÇÃO NO BRASIL:
1)Mortes
de idosos acima de 80 anos caem pela metade
Um estudo recente realizado pela
Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul, mostra que caiu
pela metade a proporção de mortes de idosos com 80 anos ou mais no Brasil após
o início da vacinação contra a Covid-19.
A taxa de mortalidade era de 25% a 30%
em 2020 e passou para 13% no fim de abril.
Quando a vacinação começou, em janeiro
deste ano, o percentual era de 28%.
Segundo os responsáveis pelo estudo, os
dados confirmam evidências já observadas em outros países, como Israel, mas a
novidade é que, pela primeira vez, foi verificada queda de internações e mortes
em um cenário com predominância da variante P1.
A variante P1 foi descoberta em Manaus
(Amazonas) e hoje responde pela maior parte dos casos no Brasil.
Ela é até 2,4 vezes mais transmissível
do que outras linhagens do coronavírus e, segundo estudos recentes, pode
'driblar' o sistema imunológico, infectando novamente quem já teve a doença e
levando a quadros mais graves.
Evidências associam essa nova variante
ao maior número de hospitalizações e mortes, especialmente de jovens.
Segundo o estudo da UFPel, pelo menos
13,8 mil mortes de brasileiros com 80 anos ou mais em um intervalo de oito
semanas foram evitadas.
2)
Profissionais de saúde estão morrendo menos
Profissionais de saúde, como médicos e
enfermeiros, que atuam na linha de frente do combate à Covid-19, também estão
morrendo em menor número.
Por causa de seu trabalho, eles foram um
dos primeiros grupos a receber o imunizante.
Segundo o Conselho Federal de Medicina
(CFM), houve uma queda de 83% no número de médicos mortos em março, na
comparação com janeiro, quando grande parte deles foi imunizada.
Em janeiro, 59 profissionais morreram no
país, informou o CFM. Em fevereiro, o número caiu para 24 e, em março, foram
apenas 10.
O mesmo se observou entre enfermeiros,
técnicos e auxiliares de enfermagem.
O número de mortos nesse grupo caiu 71%
de março, quando 83 profissionais morreram, a abril, mês em que foram
registrados 24 óbitos.
3)
Casos e óbitos entre indígenas diminuem
Consideradas uma das populações de maior
risco para a Covid-19, os indígenas foram um dos primeiros grupos a serem
vacinados.
Como resultado, houve uma queda
acentuada no número de casos e mortes entre eles.
De janeiro a março, os óbitos nesse
grupo caíram 66% em Mato Grosso do Sul, segundo dados oficiais. Foram nove
mortes em janeiro contra três em março.
O pico foi em agosto do ano passado,
quando 38 indígenas morreram de Covid-19.
O mesmo aconteceu em Estados como Ceará
e Minas Gerais.
No entanto, como mostrou reportagem da
BBC News Brasil, especialistas vêm alertando para a vulnerabilidade desse grupo
às chamadas "fake news", que se espalham principalmente pelo WhatsApp
nas comunidades indígenas.
(Por BBC Brasil)
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