É normal que, ao tomar vacinas, você
sinta algum efeito colateral.
O mesmo acontece com a vacina contra a covid-19.
Na maior parte dos casos, não há motivos
para desespero, alguns sintomas são comuns e não devem ser motivo de
preocupação.
Nesses casos, pode tomar medicamentos?
Quais?
E quais devem ser evitados?
Beber depois de vacinar pode dar
problemas?
Por outro lado, alguns sintomas podem
acender um alerta e é importante.
Caso sejam identificados, é preciso
procurar uma unidade de saúde.
QUAIS
SINTOMAS SÃO CONSIDERADOS NORMAIS APÓS TOMAR A VACINA?
Nos dois primeiros dias é normal sentir:
Sensibilidade, dor, sensação de calor,
vermelhidão, coceira, inchaço ou hematoma (manchas roxas) onde a injeção é
administrada;
Sensação de indisposição de forma geral;
Sensação de cansaço (fadiga);
Calafrio ou sensação febril;
Dor de cabeça;
Enjoos (náusea);
Dor nas articulações ou dor muscular.
Esses são sintomas considerados normais
por Júlio de Carvalho Ponce, Bacharel em Farmácia Bioquímica e Doutor em
Epidemiologia pela USP.
Ethel Maciel, enfermeira, professora da
Universidade Federal do Espírito Santo e pós-doutora em Epidemiologia pela Universidade
Johns Hopkins, cita os mesmos sintomas e ainda lembra que esses efeitos são
comuns ao tomar outras vacinas, como por exemplo, a antitetânica.
HÁ
MEDICAMENTOS RECOMENDADOS CASO OS SINTOMAS SEJAM INTENSOS?
Segundo Eder Gatti, infectologista do Hospital
Emílio Ribas, referência no tratamento da covid-19, os efeitos adversos
listados preocupam o paciente, mas sabe-se que não evoluirão para algo mais
grave.
“Nesses casos, é só a pessoa tomar um
analgésico ou um antitérmico que normalmente melhora”, explicou.
“Esses eventos adversos são limitados e,
normalmente, duram nos primeiros dois dias”, afirmou Gatti.
O infectologista evita fazer
recomendações, mas menciona que não há problemas em tomar dipirona ou
paracetamol.
“É sempre importante a pessoa procurar
assistência médica se ela estiver diante de uma situação inusitada ou que foge
do esperado”, alerta.
Em caso de dor no local da aplicação, o
paciente também pode aplicar uma compressa gelada.
ALGUM
MEDICAMENTO É CONTRAINDICADO?
Doutor em Epidemiologia, Júlio Ponce
cita que há medicamentos que podem prejudicar a resposta imune, mas não são os
remédios vendidos sem prescrição.
"É sempre importante que pacientes
com uso continuado de algum medicamento nessa categoria consultem seus médicos
para avaliar a necessidade de alguma adaptação próximo à época de vacinar",
alerta.
Sobre os medicamentos que podem ser
usados para aliviar os sintomas normais, como paracetamol, ibuprofeno ou
dipirona, ele alerta que nenhum deve ser tomado preventivamente, como forma de
evitar os efeitos colaterais.
"Importante fazer uso sempre de
acordo com o estabelecido na bula, e sempre que necessário com recomendação de
um médico ou um farmacêutico. Esses medicamentos podem causar efeitos
colaterais, se consumidos em excesso. Caso esses sintomas se exacerbem ou durem
mais do que 48 horas, com piora do quadro, deve-se buscar atenção médica."
TEM
ALGUM ALIMENTO OU BEBIDA QUE POSSA PIORAR OS SINTOMAS E QUE É MELHOR EVITAR?
Segundo Ethel Maciel, pela bula das
vacinas, não há qualquer contraindicação de qualquer tipo de comida ou bebida.
Às vezes, especialistas o alerta em
relação ao álcool, mas, de acordo com a especialista, só é preciso ter
moderação.
“A gente sempre fala do álcool porque o
álcool diminui a nossa imunidade. Quando a gente toma vacina, a gente está
fazendo uma estimulação do nosso sistema imunológico. Mas, se a pessoa tomou
vacina e quer beber um copo de cerveja, um copo de vinho, não é contraindicado”,
explica.
QUAIS
SINTOMAS ACENDEM UM SINAL DE ALERTA E O QUE FAZER NESSES CASOS?
Ter sintomas leves nos dois primeiros
dias é normal, mas, caso os efeitos persistam no terceiro e quarto dia, Ethel
Maciel recomenda voltar à unidade básica de saúde onde foi vacinado para fazer
um acompanhamento.
“Passou aqueles dois dias e você continua
sentindo? É melhor procurar um sistema de saúde para avaliação”,
explica.
Outros sintomas que podem acender um
alerta são:
Dor mais intensa;
Dor no peito;
Dor nas pernas;
Inchaço nas pernas;
Visão embaçada.
“A gente tem que procurar um serviço de
saúde, pode ser aquele no qual você se vacinou, porque tem que ser aberta uma
ficha de acompanhamento daquilo que a gente chama de ‘evento adverso
pós-vacinal’. É preciso fazer uma avaliação para que possíveis efeitos de maior
gravidade sejam rapidamente identificados e tratados se for o caso”,
afirma.
Eder Gatti reforça que é importante
procurar sistemas de saúde porque os casos poderão ser notificados ao programa
de imunização.
“O programa de imunização tem um sistema de
vigilância de eventos adversos pós-vacinação que contabiliza todos esses
eventos adversos e permite que o PNI tome conduta referentes ao uso das vacinas”,
aponta.
Com os casos notificados, explica o
infectologista, o Ministério da Saúde é capaz de identificar problemas nos
imunizantes, como um lote ruim ou restrição de uso em determinado grupo.
Júlio Ponce reforça que as vacinas são
seguras e casos de trombocitopenia são muito raros, mas podem acontecer.
"Caso após 4 dias, até 4 semanas,
os inoculados sintam dor de cabeça que fica progressivamente pior, sem melhor
com anti-inflamatórios comuns, visão turva, fala enrolada, tontura e
convulsões, marcas avermelhadas semelhantes a sangramento sob a pele, falta de
ar, dor no tórax, inchaço de pernas ou dor abdominal persistente, é importante
buscar ajuda médica imediata."
(Anita Efraim/Yahoo!)
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