*Ex-integrantes poderão usar marca em
shows, mesmo sem autorização do filho de Renato Russo
A Quarta Turma do Superior Tribunal de
Justiça manteve nesta terça-feira (29/06) sentença que permitiu aos músicos
Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá usarem o nome Legião Urbana, mesmo sem
autorização de Giuliano Manfredini, filho do fundador da banda, o cantor e compositor
Renato Russo, morto em 1996.
Os ministros analisaram um recurso
contra decisão de 2014 da 7ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro, que
autorizou Villa-Lobos e Bonfá a usarem o nome mesmo sem autorização do titular
quando se apresentarem profissionalmente.
Atualmente, a marca Legião Urbana é
administrada por Manfredini.
O julgamento estava empatado e foi
desempatado na sessão desta terça com o voto do ministro Marco Aurélio Buzzi.
Buzzi acompanhou a divergência aberta
pelo ministro Antônio Carlos Ferreira, que já havia sido seguido pelo ministro
Raul Araújo.
Para os ministros, o entendimento da
Justiça do Rio de Janeiro não deveria ser revisado porque Villa-Lobos e Bonfá
também foram responsáveis pela divulgação e valorização da marca.
Segundo Buzzi, a discussão sobre a
denominação Legião Urbana envolve patrimônio imaterial porque sem os dois
músicos a marca também não existiria.
“A marca está enraizada na vida pessoal e
profissional dos recorridos que não podem ser tolhidos do direito de
identificação com o nome”, afirmou.
A relatora Isabel Gallotti e o ministro
Luis Felipe Salomão ficaram vencidos.
A ministra defendeu que a discussão
envolvia o direito patrimonial e, portanto, no entendimento dela, o uso da
marca seria exclusivo da Legião Urbana Produções Artísticas.
Para o advogado de Villa-Lobos e Bonfá,
José Eduardo Cardozo, o STJ reconheceu na decisão que os dois músicos
"construíram" a Legião Urbana junto com Renato Russo.
"Prevaleceu a melhor interpretação
do direito e se fez justiça. Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfa, em conjunto com
Renato Russo, construíram a denominação 'Legião Urbana'. Seria injusto e
indevido impedir que eles pudessem se apresentar artisticamente sem qualquer
referência à história da banda que construíram", afirmou Cardozo.
(Por G1)
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