A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) acatou recurso do Ministério Público da Paraíba (MPPB) para decretar a prisão preventiva dos três policiais do estado de Sergipe envolvidos na morte do paraibano Geffeson Moura, assassinado em 16 de março durante uma suposta operação policial.
As defesas dos três réus informaram que
vão recorrer da decisão.
Em abril, a Justiça recebeu a denúncia
do Ministério Público da Paraíba (MPPB) e tornou réus os acusados Osvaldo
Resende Neto, que é delegado; José Alonso Santana, policial civil; e Gilvan
Moraes de Oliveira, policial militar.
JOVEM
FOI MORTO SEM CHANCE DE DEFESA E LOCAL DO CRIME FOI ADULTERADO
Segundo MPPB, além de confundirem
Geffeson com outro homem e atirarem contra o empresário, os acusados também
adulteram a cena do crime, plantando uma arma, que afirmaram ter sido usada
pela vítima.
Guilherme Maluf, advogado do policial
militar Gilvan Moraes e do delegado Osvaldo Resende, informou que não há
qualquer elemento que justifique a prisão preventiva e que a decisão deve ser
recorrida ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
Segundo o advogado do policial José
Alonso, a defesa também vai recorrer da decisão.
RELEMBRE
O CASO
Geffeson de Moura, de 32 anos, foi morto
por polícias de Sergipe, no Sertão paraibano, em 16 de março.
Ele estava indo para o município de
Cajazeiras visitar o pai, infectado com Covid-19, quando foi surpreendido por
um delegado sergipano em Santa Luzia.
Segundo o MPPB, “após pararem o veículo e
visualizarem o condutor, os policiais sergipanos confundiram Geffeson Moura com
o outro homem que procuravam, Luiz Henrique Cunha Carvalho, em função de
algumas semelhanças nos traços fisionômicos”.
Conforme a denúncia, foi o delegado
Osvaldo quem “posicionou-se ao lado da porta do condutor do veículo e, à
queima-roupa, sem permitir qualquer possibilidade de defesa por parte da
vítima, efetuou oito disparos de arma de fogo”.
Os depoimentos colhidos apontam que “após
a execução da vítima, os policiais sergipanos ainda levaram seu corpo já sem
vida a um hospital da cidade de Santa Luzia, na Paraíba, deixando-o na porta do
nosocômio, como demonstram as fotografias anexas, e sem ofertar quaisquer
informações aos funcionários, imediatamente retornaram ao local do crime, a
pretexto de dar continuidade a operação. Contudo, a Polícia Paraibana,
encaminhou os envolvidos à delegacia para prestar esclarecimentos”.
Segundo a denúncia, após a execução, os
denunciados “plantaram” uma arma, que, segundo eles, teria sido usada pela
vítima, o que foi desmentido pela investigação.
“Com finalidade de induzirem em erro os
investigadores, peritos e juízes atuantes no procedimento investigatório
criminal, realizaram a entrega, na Delegacia de Homicídios da cidade de Patos,
de uma pistola da marca Taurus, com dez munições intactas, como sendo de
propriedade da vítima Geffeson Moura”.
Ainda segundo a denúncia, as provas colhidas
no dossiê apontam que a arma não foi apresentada à Polícia Civil da Paraíba no
local do crime, mas somente no momento em que os acusados foram ouvidos em sede
policial.
As investigações mostraram ainda que a
arma de fogo apresentada pelos denunciados possui registro em nome de um
ex-policial militar do estado de Sergipe que já morreu.
“Verificou-se ainda, que não havia nenhuma
restrição ou informações acerca de roubo ou furto da referida arma”.
A filha do ex-policial militar em que
está registrada a arma, em depoimento, informou que após o falecimento do seu
pai, no ano de 2012, vendeu a arma para outro policial militar.
(Por G1 PB)
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