Foi condenada a 48 anos de prisão a
mulher acusada de matar por envenenamento três crianças.
A autora das mortes macabras foi a agricultora
Vânia Maria da Silva.
O júri foi realizado nesta sexta-feira (27/08) em Itabaiana, no Agreste.
Os crimes aconteceram em 2017, no Sítio “Cariatá”,
em Itabaiana.
Ela era madrinha de uma das crianças e
tinha laços de amizades com as demais vítimas.
ENTENDA
O CASO
Em abril de 2017 a Polícia Civil prendeu Vânia Maria da Silva, então com 44 anos, acusada de utilizar veneno de matar
ratos para assassinar uma mulher, uma adolescente e duas crianças entre dezembro
de 2016 e março de 2017.
Na época o delegado Seccional de
Itabaiana, Felipe Castellar, informou que as investigações foram iniciadas a
partir do dia 19 de fevereiro/2017.
A PC desconfiou que as mortes seriam
provocadas e planejadas.
A agricultora tinha laços de amizade com
a mulher e três crianças mortas por envenenamento, teve contato com elas e
estava nas “cenas dos crimes”.
Ela foi presa por determinação da juíza
Anderley Ferreira Marques, da 1ª Vara de Itabaiana, e foi transferida para o
Presídio Feminino, em João Pessoa.
“Pessoas ouvidas pela Polícia Civil relataram
que a senhora Vânia Maria da Silva esteve nos locais onde as pessoas ingeriram
os alimentos envenenados. Em alguns casos, ofereceu o alimento”.
De acordo com Felipe Castelar, todas as
vítimas tiveram contato com a suspeita antes de morrerem, apresentando sintomas
como: cegueira, náuseas, vômitos e dificuldade de respiração e equilíbrio,
entre outros.
Os laudos do Instituto de Polícia
Científica (IPC) confirmaram a presença de veneno para ratos, conhecido como
chumbinho, nos corpos das vítimas.
MADRINHA
Vânia Maria era madrinha de Letícia
Firmino de Sousa, 12 anos.
Felipe Castelar disse que Letícia passou
mal no dia 6 de março de 2017, após comer um biscoito dado pela agricultora.
Ela morreu no dia 10, no Hospital de
Emergência e Trauma de Campina Grande.
“Vânia deu o biscoito envenenado a irmã
de Letícia que achou o sabor ruim e entregou o alimento a Letícia, que depois
veio a falecer”.
ANIVERSÁRIO
Samuel Alexandre da Silva, 6 anos,
faleceu no dia 25 de fevereiro 2017 no Hospital Público de Itabaiana.
De acordo com a Polícia Civil, Vânia
Maria doou alimento envenenado a Samuel, no dia do aniversário dele.
Outra vítima foi Ana Gabriele
Evangelista da Silva, 9 anos, que morreu no dia 19 de fevereiro também no
hospital de Itabaiana.
A agricultora era amiga das famílias das
crianças mortas.
MORAVA
EM CASA
Após investigar os três casos das
crianças, a Polícia Civil passou a apurar a morte de Ana Maria Dias, 20 anos,
falecida em 10 de dezembro de 2016, em Itabaiana.
A vítima morava na residência da
agricultora Vânia Maria.
Em maio de 2017 ela foi indiciada pelas mortes
da jovem e das três crianças.
A Polícia constatou que Vânia esteve
presente em todas as cenas de crime, junto com as vítimas, momentos antes de
todas começarem a passar mal.
A investigação liderada pelo delegado
Eduardo Portela chegou à conclusão de que a motivação do crime foi a frustração
de Vânia em ter perdido, em curto espaço de tempo, pessoas de seu convívio.
Em outubro de 2016 uma sobrinha criada
por Vânia morreu grávida.
Meses depois Vânia acolheu a primeira
vítima em casa, Ana Maria, que tinha uma bebê de quatro meses.
A bebê faleceu e levou Ana Maria a
deixar a casa de Vânia.
Segundo as investigações, a agricultora
teria envenenado um mousse de chocolate e oferecido a Ana Maria.
A motivação para a morte da primeira
vítima seria por ingratidão.
“Acredita-se que tal fato (a saída de Ana
Maria da casa da acusada) gerou um sentimento de revolta de Vânia pela
ingratidão de Ana Maria, uma vez que aquela tinha abraçado esta como uma filha”,
diz o relatório dos investigadores.
“A
frustração de Vânia Maria fez com que esta desejasse para os próximos a perda
de seus filhos queridos, pondo em prática assassinatos por envenenamento”.
Mas, além disso, a Polícia destacou
problemas com a família de cada uma das vítimas.
O delegado que investigou o caso, disse
que o que mais chamou a atenção foi a idade das vítimas.
“O que mais chama a atenção é a morte de
crianças. Tudo está relacionado à idade infantil. Antes dos homicídios, um feto
e um bebê morreram na casa de Vânia. A gente acredita, e isso é um a
interpretação pessoal, que ela matou em não querer que outras famílias tenham
crianças. Já a morte de uma adulta, acreditamos que foi por ingratidão”,
disse Portela.
CRONOLOGIA
DOS FATOS
10 de dezembro de 2016 – Ana Maria Dias,
que morreu após ingerir um mousse de chocolate oferecido por Vânia.
19 de fevereiro de 2017 – Ana Gabrielly
Evangelista da Silva, que morreu após comer um docinho de açúcar preparado e
servido por Vânia em uma festinha de aniversário.
25 de fevereiro de 2017 – Samuel
Alexandre da Silva, que morreu após entrar em contato com Vânia, em um roçado à
noite, para ajuda-la na procura de uma chave.
10 de março de 2017 Letícia Firmino
Soares – que morreu após comer um biscoito oferecido por Vânia, e que a Polícia
acredita ter sido apenas por “saciar o intento doentio de matar crianças”.
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