Uma quadrilha atraiu para um esquema que prometia lucros de até 8% famosos como os atores Juliana Paes e Murilo Rosa, além de jogadores de um time de futebol fluminense.
Os criminosos repassavam, nos primeiros
meses, algum retorno financeiro às vítimas, para conferir alguma credibilidade
ao negócio e fazer com que as vítimas trouxessem novos interessados ao esquema.
O golpe foi investigado pela Polícia
Civil e pelo Ministério Público de São Paulo e ocorreu em 2017.
A investigação começou em 2019, e quatro
pessoas acusadas do crime se tornaram rés.
ENTENDA
COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA DOS ESTELIONATÁRIOS:
*A quadrilha era composta por, pelo
menos, 4 pessoas: duas pessoas que convenciam as vítimas e intermediavam a
aplicação e um casal que recebia o dinheiro e, supostamente, deveria fazer
aplicações na compra de veículos seminovos por meio de uma empresa de fachada;
*As vítimas eram convencidas pela
quadrilha de que receberiam lucro entre 4% e 8% ao mês;
*O investimento previa, segundo os
golpistas explicavam, a aquisição de carros seminovos no mercado a baixos
preços;
*Depois, a associação revenderia esses
carros a concessionárias com sobrepreço;
*Era do sobrepreço da compra e venda de
veículos seminovos no mercado que os criminosos afirmavam que viria o lucro das
vítimas, mas isso não ocorreu;
*Segundo a investigação, as vítimas
recebiam, por alguns meses, o retorno financeiro previsto ou próximo do
previsto, para acreditarem no golpe;
*O dinheiro recebido, porém, não vinha
do investimento, mas sim, de novas vítimas que passavam a integrar o esquema;
*Acreditando que era verdadeiro, as
vítimas convidavam mais famosos para o "investimento";
*Os veículos não eram realmente
comprados;
*As vítimas receberam, em média, menos
de 10% do aplicado, e perderam todo o restante;
*Os criminosos sumiram com o dinheiro e
não devolveram o investimento às vítimas.
Em maio deste ano, quatro pessoas se
tornaram rés por estelionato e associação criminosa.
Dois dos integrantes do esquema tiveram
a prisão temporária decretada também em maio, mas foram soltos cinco dias
depois.
Eles prestaram depoimento e negaram o esquema.
"Eles pagavam para as vítimas,
durante certo tempo, alguns meses, o lucro sobre o rendimento, fazendo com que
as pessoas acreditassem que era verdadeiro o investimento e trouxessem, assim,
mais pessoas", afirmou a promotora Celeste Leite Santos,
responsável pelo caso.
Para ela, o golpe se transformou em uma espécie
de pirâmide financeira.
Outros dois suspeitos são apontados como
intermediários e, segundo a promotora, traziam as vítimas para os
estelionatários.
Durante a investigação, os intermediadores afirmaram que não
sabiam que se tratava de um golpe, mas a Polícia Civil obteve trocas de
mensagens dos criminosos em que comentavam sobre as vítimas e o dinheiro
obtido.
Juliana Paes perdeu R$ 480 mil e não
quis prestar depoimento ao Ministério Público.
Ela enviou as informações por meio de
advogado.
Já o ator Murilo Rosa esteve no MP de
São Paulo e passou pessoalmente as informações.
A promotora e a Justiça estão agora
atrás de bens dos envolvidos no esquema para recuperar a perda das vítimas.
"Pedimos danos morais e danos
materiais no caso de sentença de condenação dos envolvidos. Alguns perderam R$
478 mil, outros R$ 280 mil, outro R$ 84 mil. São quantias expressivas. Mas não
estamos encontrando bens dos criminosos para bloquear", afirmou a
promotora.
Celeste diz que o objetivo é garantir o
direito das vítimas ofendidas.
"A nossa luta é pelo estatuto das
vítimas. Pedimos uma cautelar e estamos tentando localizar os bens em poder da
quadrilha para apreensão, pedimos e estamos procurando [estes bens]",
afirmou a promotora ao G1.
(Do G1)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.