"Bens materiais a gente trabalha, mas espero que seja recuperado. Mas se não, vão os anéis e ficam os dedos", descreveu o cantor Almir Sater, que foi vítima do roubo de uma aeronave, em um "arrastão" nesta segunda-feira (06/09), em Aquidauana, no Pantanal de Mato Grosso do Sul.
Almir detalhou ao G1 que trabalhava no campo, em uma das fazendas no Pantanal, pouco
antes de saber sobre o roubo da aeronave.
"Estou no Pantanal. Estava no
campo trabalhando, cheguei na hora do almoço e tinha por volta de 300 ligações",
disse.
Ainda no campo, Almir relembra ter visto
um rapaz indo em direção de motocicleta.
Neste momento, o cantor descreveu o
momento de apreensão.
"Quando vemos estas pessoas no
campo, ficamos preocupados. Já senti meu coração apertado, pensei que seria
algo com a minha família. Aí ele me deu a notícia de que tinham roubado o
avião. Dos males, foi o menor. Vi o motoqueiro chegar e fiquei assustado",
compartilhou.
Há três anos, Almir usava o avião apenas
para as demandas das fazendas que tem no Pantanal.
O cantor disse que os períodos de mais
uso eram os de cheia.
"A aeronave atendia minha fazenda,
não era para shows. Atendia nossa vida pantaneira. Não da para acompanhar as
notícias, mas estou torcendo para que tenha sucesso", finalizou.
ENTENDA
O CASO
O roubo teria ocorrido por volta das 02h00
(de MS).
De acordo com a polícia, ao menos 18
criminosos estiveram no local na madrugada desta segunda-feira (06).
O grupo rendeu o vigia e o obrigou a
abastecer os aviões, além de outras pessoas que trabalhavam no aeroporto.
Foram levados os seguintes aviões:
*Um do tipo bonanza v35b, matrícula
PTING, de propriedade do pecuarista e ex-prefeito de Aquidauana José Henrique
Trindade
*Um do tipo Sky Lane, matrícula PTKDI,
do pecuarista Zelito Alves Ribeiro e de seu sócio, Joel Jacques
*Um do tipo Sky Lane, matrícula PTDST, do
cantor Almir Sater.
Como não havia iluminação, os homens
entraram pelos fundos e, de início, tentaram levar uma aeronave.
Na sequência, eles renderam o vigia e o
obrigaram a fazer o abastecimento, amarrando o homem em seguida e fugindo.
Uma testemunha já conversou com a
polícia.
Ela disse que chegou a escutar o barulho
do momento em que levantavam voo, porém, achou que fosse alguma emergência
médica e, por isso, não foi verificar.
Equipes de Campo Grande e demais órgãos
de segurança estadual e federal já foram comunicados sobre a situação.
Uma das
hipóteses é que parte dos bandidos seria do interior paulista e parte de Mato
Grosso do Sul.
Eles teriam fugido para a Bolívia.
DESDOBRAMENTO
DO CASO
Os bandidos que fizeram um arrastão no
aeroporto de Aquidauana, na região oeste do estado, na madrugada desta
segunda-feira estavam "fortemente armados", sendo que alguns deles
falavam "língua espanhola e outros o idioma português", segundo a
polícia.
A investigação, até o momento, aponta
que eles falavam de forma agressiva, porém, não chegaram a agredir o vigia e a
outras vítimas.
No entanto, em uma delas, os bandidos
teriam jogado combustível.
"Eles foram direto para o local
onde estavam estacionadas as aeronaves no hangar do aeroporto e ameaçavam o
todo tempo. Aparentemente, falavam língua espanhola, então seriam bolivianos ou
paraguaios. Em um das vítimas, jogaram combustível de avião",
afirmou ao G1 o delegado Jackson
Frederico, um dos responsáveis pela investigação.
O delegado foi um dos primeiros a chegar
ao local.
Além dele, policiais do município e uma
equipe do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco)
também foram ao aeroporto, bem como o Batalhão de Choque da Polícia Militar
(BpChoque), a Polícia Federal e técnicos da Força Aérea Brasileira (FAB).
Os envolvidos devem responder pelos
crimes de roubo qualificado pelo uso de arma de fogo, restrição de liberdade
das vítimas e o concurso de pessoas, já que a investigação aponta que, ao menos
18 pessoas, todas vestidas de preto e usando bala-clava, participaram da ação
criminosa.
(Por José Câmara, G1 MS)
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