*Fundador da banda Legião Urbana lança
livro para marcar os 25 anos sem Renato Russo
*25 anos sem Renato Russo: filmes e
livros para conhecer o artista
*Documentário vai contar a história de Renato
Russo por ele mesmo
*Livro Renato, o russo, está em campanha
de financiamento coletivo para ser lançado
O cantor e compositor Renato Russo,
líder da banda Legião Urbana, morreu de complicações da Aids em 11 de outubro
de 1996, aos 36 anos de idade.
Documentos inéditos de Renato Russo, que foram guardados há mais de 30 anos pelo primeiro guitarrista, estão no livro que só será publicado após briga na Justiça.
Na segunda-feira, 11 de outubro, acontece a live de lançamento do livro “Música Urbana: o início de uma legião”, que conta a história do músico Eduardo Paraná (Kadu Lambach), o guitarrista de quando foi criada a Legião Urbana.
A história, que poucos conhecem, trará à tona a trajetória do Paraná, o apelido que Renato Russo deu ao músico paranaense, no fim da década de 70.
O livro é de autoria do jornalista André Molina.
A obra, que será lançada na live-show transmitida diretamente do palco do Hard Rock Cafe em Curitiba, via YouTube, Facebook e Instagram @kadulambachoficial, chegou a ser lançada de maneira pirata, em poucos exemplares, por outra editora, sem a autorização do autor.
Após longa briga na justiça, a obra completa, enfim, será lançada na data que marca os 25 anos que o Brasil perdeu Renato Russo, líder da Legião Urbana.
A live será transmitida a partir das 19h30 e contará com a presença da irmã do Renato Russo, Carmem Manfredini, que também foi a responsável pelo prefácio do livro, e virá à Curitiba exclusivamente para participar do lançamento.
Além de contar, sob a ótica do jovem adolescente, que se mudou para Brasília e fez parte de um dos momentos mais históricos da música brasileira, o livro traz documentos com textos inéditos de Renato Russo, que foram guardados há mais de 30 anos por Kadu Lambach, cofundador da banda ao lado de Renato, Marcelo Bonfá como baterista, e Paulo Paulista nos teclados.
Foram mais de 13 meses de entrevistas e produção para o livro legionário ficar pronto.
Os relatos descritos de forma detalhada, retratam a fundação da mitológica banda e o período anterior a gravação do primeiro álbum do Legião Urbana.
Entre os materiais inéditos divulgados no livro, estão o primeiro texto de divulgação da banda, escrito por Renato Russo, no início da década de 80, e rascunhos do que seria a primeira música da Legião Urbana, que não chegou a ser concluída.
Para os fãs e amantes da banda, e para quem se interessar por conhecer o outro lado da história da fundação do Legião Urbana, o livro estará à venda, a partir do dia 11 de outubro, segunda-feira, com vendas on-line, no site www.eduardoparana.com.br.
Estão previstos shows pelo Brasil para os próximos meses para divulgar o livro.
QUEM É KADU LAMBACH?
Além do período inicial da Legião, o guitarrista Kadu Lambach seguiu sua carreira, trabalhando com renomados nomes do jazz, como o baixista norte-americano Stanley Clarke, e da MPB, como Tunai, Baby do Brasil, Belchior, Olívia Hime e outros.
Depois de dividir palco com importantes nomes da música, Lambach decidiu retornar a trabalhar com a obra da Legião Urbana, buscando letras inéditas de Renato Russo perdidas no tempo.
Atualmente, ele se dedica à perpetuação da obra da banda que ajudou a fundar.
(Fonte: Assessoria)
25 ANOS SEM RENATO RUSSO: FILMES E
LIVROS PARA CONHECER O ARTISTA
Quando Renato Russo (1960 - 1996), ao lado da banda de rock Legião Urbana, entoou “Que país é esse” pela primeira vez, talvez ainda não soubesse que aquilo viraria um questionamento recorrente das gerações futuras.
Lançada no fim da década de 1980 em um País recém-saído da ditadura militar (1964 - 1985), cantou: “Nas favelas, no senado/ Sujeira pra todo lado/ Ninguém respeita a constituição/ Mas todos acreditam no futuro da nação/ Que país é esse?”.
Os jovens brasileiros de hoje, vivendo em meio a uma crise econômica e uma pandemia, também conseguem se conectar com outra letra sua, “O Teatro dos Vampiros”: “Vamos sair, mas não temos mais dinheiro/ Os meus amigos todos estão procurando emprego/ Voltamos a viver como há dez anos atrás/ E a cada hora que passa/ Envelhecemos dez semanas”.
O cantor e compositor brasileiro morreu há 25 anos, no dia 11 de outubro de 1996, por consequências da Aids.
Mesmo assim, suas composições permanecem populares.
“Tempo Perdido”, “Faroeste Caboclo”, “Pais e Filhos”, “Eduardo e Mônica”, “Quase Sem Querer” e “Ainda é Cedo” são exemplos de composições que, décadas depois, continuam a tocar em rádios e ser temas de pesquisa e produções artísticas.
Em homenagem ao artista carioca, o Vida&Arte fez uma lista com algumas obras para se aprofundar no trabalho dele.
ROCK BRASÍLIA - ERA DE OURO
O documentário dirigido por Vladimir Carvalho traça o cenário da música de Brasília na década de 1980.
A partir disso, mostra como o rock se formou na capital federal com suas bandas embrionárias até os grandes sucessos, como Legião Urbana e Capital Inicial.
Conteúdo traz depoimentos de vários músicos e familiares de artistas para detalhar a denominada “Era de Ouro” da cidade.
Onde: Looke e Canal Curta TV!
SOMOS TÃO JOVENS
O filme de drama musical leva a trajetória de Renato Russo para os cinemas.
“Somos Tão Jovens” (2013), dirigido por Antônio Carlos da Fontoura, acompanha Renato (Thiago Mendonça) a partir de 1973, quando ele se muda com a família do Rio de Janeiro para Brasília.
Na época, sofria de epifisiólise, uma doença óssea rara que o deixou em uma cadeira de rodas depois de fazer uma cirurgia.
No período em que foi obrigado a ficar em casa, o jovem começou a se interessar pela música e passou a se envolver com o cenário musical brasiliense.
Onde: Telecine Play
FAROESTE CABOCLO
A música “Faroeste Caboclo” tem pouco mais de nove minutos e conta a história de João de Santo Cristo, um jovem que vê toda sua família ser morta e decide se mudar para Salvador.
No lugar, é levado para Brasília, onde enfrenta problemas econômicos e se torna traficante.
Ele se apaixona por uma mulher, que se envolve com um traficante rival.
O protagonista, então, marca um duelo com o outro homem e morre com um tiro nas costas.
Essa narrativa serviu de inspiração para o longa-metragem homônimo dirigido por René Sampaio e protagonizado por Fabrício Boliveira e Isis Valverde.
O enredo tem os mesmos elementos da música original.
Onde: Globoplay
RENATO, O RUSSO
Neste livro, a escritora Julliany Mucury se aprofunda nas questões que fariam de Renato Russo um poeta.
A autora estava em um evento sobre o cantor quando se deparou com a pergunta: “ele era um poeta?”.
Com isso, encontrou o mote para o projeto de pesquisa de seu doutorado na Universidade de Brasília (UnB).
Mais de uma década depois, esse trabalho está sendo publicado pela Garota FM Books.
A obra, que percorre desde o início da carreira do cantor, é o resultado de pesquisas em biografias, escritos pessoais e trabalhos acadêmicos.
Ela estudou todas as letras, mas focou em 29 que são de autoria exclusiva do compositor.
RENATO RUSSO - O FILHO DA REVOLUÇÃO
Carlos Marcelo se debruça em mais de 100 entrevistas e pesquisas realizadas durante nove anos.
Nesta biografia, os leitores entendem como Renato Manfredini Júnior se tornou “Renato Russo”, um dos maiores nomes do rock brasileiros.
Rascunhos de músicas de sucesso e depoimentos de integrantes do Legião Urbana, Capital Inicial, Paralamas do Sucesso e Titãs são alguns dos conteúdos disponíveis.
Também mostra como a ditadura militar afetou as vivências do cantor.
SÓ POR HOJE E PARA SEMPRE
O livro “Só Por Hoje e Para Sempre”, escrito pelo próprio Renato Russo, se aprofunda no período em que passou em uma clínica de reabilitação no Rio de Janeiro com o objetivo de se desvencilhar do vício em álcool e em drogas.
Com pouco menos de um mês no lugar, fez reflexões sobre sua vida pessoal e sua produção artística, que reverberam nas letras posteriores.
Essa obra, publicada apenas postumamente por pedido do artista, mostra os esforços que colocou para se recuperar.
O contexto desse momento está exposto, em partes, na música “Vinte e nove”: “Perdi vinte em vinte e nove amizades/ Por conta de uma pedra em minhas mãos/ Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes/ Estou aprendendo a viver sem você/ Já que você não me quer mais/ Passei vinte e nove meses num navio/ E vinte e nove dias na prisão/ E aos vinte e nove com o retorno de Saturno/ Decidi começar a viver/ Quando você deixou de me amar/ Aprendi a perdoar/ E a pedir perdão/ E vinte e nove anjos me saudaram/E tive vinte e nove amigos outra vez”.
DISCOBIOGRAFIA LEGIONÁRIA
O livro de Chris Fuscaldo faz um resgate das histórias por trás de músicas famosas da banda Legião Urbana, como “Pais e Filhos” e “Eduardo e Mônica”.
Obra busca homenagear um dos grupos de rock mais populares do Brasil.
(Por Clara Menezes - O Povo)
DOCUMENTÁRIO VAI CONTAR A HISTÓRIA DE RENATO
RUSSO POR ELE MESMO
25 anos depois da morte de Renato Russo, a Gávea Vídeos anunciou que vai produzir um documentário – e série – sobre o artista em formato diferente: apenas os pertences dele serão usados em “Será o Renato falando dele mesmo”.
A produtora assinou contrato de exclusividade e autorização com a Legião Urbana Produções para criar o documentário a partir do acervo do compositor que conta com mais de seis mil itens pessoais, entre roupas (como a famosa bata branca), objetos (como a coleção de anjos e o baralho de tarô), móveis, desenhos, fotos e gravações, os raros e íntimos diários, cadernos e manuscritos em geral.
À frente da Gávea Vídeos está Bianca de Felippes, que produziu o espetáculo Renato Russo – O Musical, e os longas Faroeste Caboclo (2013) e Eduardo e Mônica (ainda sem data de estreia), dirigidos pelo diretor brasiliense René Sampaio.
Além do documentário para o cinema, será criada uma série para TV para aprofundar alguns temas.
Ainda não há previsão de estreia.
(Uol)
LIVRO RENATO, O RUSSO, ESTÁ EM CAMPANHA
DE FINANCIAMENTO COLETIVO PARA SER LANÇADO
Há 25 anos, precisamente em 11 de outubro de 1996, o cantor e compositor Renato Russo morria vítima de complicações da AIDS aos 36 anos, deixando uma grande lacuna na música brasileira.
O único roqueiro do Brasil a ultrapassar a marca dos 10 milhões de discos vendidos não foi nunca esquecido.
Depois de dez anos de pesquisas, coletas de dados e análises da obra do vocalista da Legião Urbana, Julliany Mucury, mestre e doutora em Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora do sujeito contemporâneo, escreveu o livro Renato, o Russo, com enfoque particular e cuidadoso.
A obra, editada pela Garota FM Books, está em uma campanha de financiamento coletivo pelo Catarse para lançamento e vai celebrar o legado de Renato Russo em outubro, quando sua morte completa o vigésimo quinto ano.
Para participar, acesse: www.catarse.me/renatoorusso.
Por telefone, estudiosa de Brasília conta que partiu do questionamento: “Renato é poeta?” para mergulhar na trajetória de um dos maiores poetas e cancionistas da história da música brasileira.
“Este livro nasceu em 2009, numa mesa do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) Brasília, em que estávamos eu, o poeta Nicolas Behr, o cineasta Vladimir Carvalho e minha futura orientadora Sylvia Helena Cyntrão, na noite de autógrafos e lançamento do livro Renato Russo, o Filho da Revolução, do jornalista Carlos Marcelo. Falávamos sobre Renato e eis que na roda de conversa surge a pergunta: Renato Russo foi poeta”?, conta.
AUTORIA EXCLUSIVA
“No mesmo instante, eu e Sylvia percebemos que não havia uma resposta simples e daí começou a ser plantada a semente do que viria a ser minha tese de doutorado, defendida em 2019 na Universidade de Brasília (UnB). Nela, eu buscava investigar o sutil vínculo entre os conceitos de literatura e canção – seja na teoria, seja nos momentos em que eles quase se confundem, materializados", detalha.
Jullianny afirma que, para responder à indagação sobre Renato poeta, foi em busca de 29 letras de autoria exclusiva do Renato, algumas delas descobertas há pouco tempo.
“Dá para a gente traçar um grande legado poético do Renato e o legado que ele quis deixar como mensagem, algo importante para ele, que se preocupava muito com as palavras”, acrescenta Julliany.
A pesquisadora, que apresenta a contribuição de Renato Russo para a cultura e o pensamento brasileiro, afirma que seu maior desafio foi fazer com que as pessoas da academia acreditassem que este trabalho deveria ter o respaldo que merecia.
“A ideia era levar para o campo da literatura um cancionista do rock, de modo não superficial e com o aporte teórico que a academia exige", observa.
A pesquisa foi extensa.
A autora conta que leu quase 100 livros, além de matérias de jornais, entrevistas e registros de shows.
Mas não só isto.
Na publicação ela também faz uma rica pesquisa do cenário político cultural que Renato viveu e claro, o cenário efervescente do rock, que trouxe à cena outras bandas de enorme sucesso de público.
No terceiro capitulo da obra, a escritora realiza uma viagem poética em nove álbuns do cantor e compositor: Legião Urbana, Dois, Que país é este, As quatro estações, V, O descobrimento do Brasil, Equilíbrio Distante, A tempestade ou O livro dos dias e Uma outra Estação.
PERSONAGEM
Para Jullianny Mucury, Renato Russo foi um personagem criado pelo cantor e compositor, tese que sustenta na obra.
“Renato Russo, criação de Renato Manfredini Jr., é uma personagente-escudo para se enquadrar na necessidade de sobreviver no habitat das gravadoras e dos contratos fonográficos. Dado e Bonfá relatam que, por vezes, Renato não interagia com os demais membros da banda quando em turnê, muito para poupar a voz ou mesmo, por vezes, pela ressaca devido ao abuso de álcool e drogas”.
“Esta vida à parte, como alguém fora de contexto, dialoga com um processo criativo que busca a redenção ao longo da jornada e se identifica com o público. Nesta cultura industrializada que emerge no pós-guerra, berço do rock and roll e suas variantes mais agressivas (punk rock, hardcore, heavy metal), tolerar é uma estratégia que torna possível aceitar a ideia de nos vincularmos à massa e ao consumo capitalista”, prossegue.
E mais adiante: “Renato Manfredini Jr. viabiliza Russo através das seguintes instâncias: extensão vocal, timbre de voz e capacidade composicional. (...) Como trovador que sempre foi, além da voz e da composição, Renato também era alimentado pelo discurso panfletário dos shows e suas performances para lá de esquisitas”.
“Ele não dançava, não era sensual ou dominava o palco, como Ney Matogrosso. Ele se jogava, numa antidança punk de exorcismo do eu, chacoalhando o corpo e os braços, desconstruindo o espaço do dândi, algo que poucos reproduziram. Ao ser no palco o mesmo sujeito errático que era fora dele, Renato Manfredini Jr. escolheu um personagente aglomerador e intruso: Renato Russo”, afirma.
O livro, que tem capa assinada por outro brasiliense, o artista plástico Alex Moraes, será impresso em três cores (laranja, roxa e preta).
Vale a pena colaborar com o financiamento coletivo e aguardar a publicação do livro, um trabalho que contribui muito para manter viva a memória do artista e da sua obra.
(Eduarda Uzêda – www.atarde.uol.com.br)
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