Ao lado de Paulo Guedes, ministro da Economia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se defendeu de críticas por causa da inflação e do preço dos combustíveis.
Ele afirmou que a Petrobras "fica
amarrada" à política de preços atual e que não haverá interferência do
governo para conter a alta.
"Não vamos interferir no preço de nada porque
isso já foi feito no passado e não deu certo", afirmou Bolsonaro.
O discurso de Bolsonaro contradiz o que
o próprio presidente defendeu em maio, quando mudou o comando da Petrobras.
O presidente nomeou o general Joaquim
Silva e Luna após demonstrar insatisfação com os constantes aumentos de
combustíveis — os caminhoneiros são uma importante base eleitoral bolsonarista.
"Da nossa parte, eu troquei o
comando da Petrobras. No começo, foi um escândalo. É para interferir mesmo, eu
sou o presidente. Ou eu assumo e tenho que manter todo mundo empregado?",
disse Bolsonaro em encontro com apoiadores.
Em meio à crise política criada com a
decisão do governo de furar o teto de gastos para viabilizar o programa Auxílio
Brasil — que substituirá o Bolsa Família —, Bolsonaro foi hoje com Paulo Guedes
a uma feira no parque de exposições da Granja do Torto, em Brasília.
Na última semana, a permanência de
Guedes no cargo foi questionada, e o ministro viu sua posição junto ao mercado
enfraquecida após uma onda de demissões na equipe econômica. Bolsonaro voltou a
abordar a possibilidade de privatizar a Petrobras.
"Não tenho poder de interferir
sobre a Petrobras. Estou conversando com o Paulo Guedes sobre o que fazer com
ela no futuro", afirmou.
Incomodado com as críticas, Guedes
tentou sustentar a tese de que continua defendendo as bandeiras liberais e de
controle dos gastos públicos.
Ele disse em diversos momentos que segue
apoiando o teto de gastos, apesar de o governo planejar furá-lo.
"Todos sabem que eu defendo o
teto. O teto é uma bandeira nossa de austeridade", insistiu.
"Eu sou defensor do teto, vou
continuar defendendo o teto. Vou continuar defendendo as privatizações. Mas o
presidente tem que tomar uma decisão muito difícil. Se ele respeitar o teto,
deixa 17 milhões passando fome.".
(Uol)
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