Deflagrada nesta quinta-feira (18/11) em João Pessoa, Campina Grande, Patos, Paulista e Pombal, na Paraíba, a operação Bleeder foi desencadeada após uma delação premiada e a descoberta de um grupo em um aplicativo de mensagens, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF).
A operação investiga o desvio de verbas
em obras hídricas que custaram “79 milhões de reais” na Paraíba.
Ainda de acordo com informações do MPF,
a divisão do dinheiro e os detalhes de licitações de obras hídricas a serem
executadas no Estado eram discutidos em um grupo em um aplicativo de mensagens.
O grupo era denominado de ‘Os 3’ e composto
por investigados pela operação.
As declarações feitas na delação
premiada foram cruzadas com as trocas de mensagens.
“Prints de conversa de WhatsApp, obtida do
aparelho celular de Ednaldo de Medeiros, apreendido judicialmente […] entre o
colaborador Ednaldo de Medeiros e Jorge Luiz corroboram as alegações do
colaborador, no sentido de demonstrar que Jorge Luiz resgatou os cheques no
vencimento utilizando-se de recursos depositados em contas de terceiras pessoas”,
destaca o magistrado na decisão.
Foi a partir da análise das mensagens,
do depoimento do colaborador e de outros indícios que os investigadores
aprofundaram a investigação.
A ação é um desdobramento da Operação
Recidiva.
De acordo com o MPF, as supostas fraudes
licitatórias investigadas eram capitaneadas, em grande parte, pelo engenheiro
João Feitosa Leite, falecido vítima de complicações da Covid-19 em abril deste
ano.
Mas o suposto ‘esquema’ teria tido
continuidade.
Ele atuaria em algumas obras como
engenheiro responsável pela elaboração do projeto, fiscal (contratado pelo
município) e executor da obra pública, utilizando-se de empresas de fachada.
Para isso, conforme a representação do
MPF, o grupo contaria com a ajuda do servidor do Ministério do Desenvolvimento
Regional (MDR), em Brasília, Celso Mamede Lima - que foi afastado do cargo.
A Polícia Federal, Controladoria-Geral
da União e Ministério Público Federal, informaram, em coletiva de imprensa que
organização criminosa dominava todos os ciclos de contratos e construções de
barragens e açudes, além da fiscalização.
O g1
não localizou as defesas dos citados na investigação do MPF.
Obras hídricas investigadas na Operação
Bleeder
Açude público de Cacimbinha, em São Vicente
do Seridó
Açude público Riacho Fundo, em
Tenório
Açude público de Gado Bravo, em Gado
Bravo
Açude público de Porcos, em Pedra
Lavrada
Açude público de Lagoa Redonda
Açude público de Genipapeiro, em
Cachoeira dos Índios
Açude público Cacimbão, em Ingá
Açude público Primavera, em Santa
Terezinha
Açude público Mameluco, em Ibiara
Açude público Bancola, em Bom Sucesso
Açude público Quixabeira, em Santa
Inês
Açude público Bulandeira/Mariano, em
Bernardino Batista
Açude público São José, em Cachoeira dos
Índios
Açude público Ingazeira, em Santa
Inês
Açude público Jacu, em Bom Sucesso
Açude público Cacimbinha, Boa Ventura
Açude público Causbeira, em Santa
Luzia
Açude público Gravatá, em Picuí
(Do g1 PB)
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