quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

GOVERNO FEZ REUNIÃO SÓ COM QUEM É CONTRA VACINAÇÃO INFANTIL 2 DIAS ANTES DE CONSULTA PÚBLICA

Uma reunião no Ministério da Saúde realizada na última segunda-feira (20/12), dois dias antes do início da consulta pública sobre a vacinação de crianças contra a Covid, envolveu secretários da pasta e pessoas contrárias à vacina infantil.

A informação foi divulgada na noite desta terça-feira (21) pelo site Metrópoles.
A TV Globo confirmou a reunião na agenda da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19.
Nesta quinta-feira (23), o Ministério da Saúde abrirá uma consulta pública sobre vacinação de crianças de 5 a 11 anos.
A consulta vai ficar aberta até 2 de janeiro para que "sejam apresentadas contribuições, devidamente fundamentadas".
O ministério promete uma posição sobre o assunto em 5 de janeiro.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a vacinação.
O presidente Jair Bolsonaro é contra e ameaçou divulgar nomes de integrantes da Anvisa que aprovaram a medida.
Segundo especialistas, a vacina é segura para crianças, e os benefícios superam riscos.
Quinze participantes da reunião no Ministério da Saúde eram do governo, alguns conhecidos por defender o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid, entre os quais a secretária de Gestão do Trabalho, Mayra Pinheiro, que esteve em Manaus, em janeiro, no auge da crise da falta de oxigênio, para promover o aplicativo Tratecov.
O aplicativo receitava cloroquina até para crianças.
Hélio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos em Saúde do ministério, também participou do encontro.
A CPI da Covid pediu o indiciamento dos dois — Angotti por "epidemia com resultado morte e incitação ao crime" e Mayra Pinheiro por "epidemia com resultado morte, prevaricação e crime contra a humanidade".
Quatro pessoas de fora do ministério foram convidadas para a reunião: Bruno Campello de Souza e Ellen Guimarães, que também participaram da comitiva que foi a Manaus em janeiro; e Roberta Lacerda de Miranda e Edmilson de Carvalho, que assinaram um documento contrário a vacinação, enviado no último dia 16 à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Médicos especialistas em crianças e adolescentes criticaram a reunião de segunda-feira.
"Causa estranheza o Ministério da Saúde receber médicos ou consultores que são contrários à vacinação, que propagam notícias falsas e por vezes até recomendam tratamentos não confirmados ou não efetivos contra a Covid-19", afirmou o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações Renato Kfouri.
Segundo ele, "seria lamentável se o Ministério da Saúde pautasse suas decisões não pelos especialistas e sim por consultores que são contrários à vacinação e propagadores de informações falsas e tratamentos que não funcionam".
(g1)

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