A cantora Elza Soares morreu aos 91 anos
nesta quinta-feira (20), no Rio de Janeiro.
"É com muita tristeza e pesar que informamos o falecimento da cantora e
compositora Elza Soares, aos 91 anos, às 15 horas e 45 minutos em sua casa, no
Rio de Janeiro, por causas naturais", diz o comunicado enviado pela
assessoria da cantora.
"Ícone da música brasileira, considerada uma das maiores artistas do
mundo, a cantora eleita como a Voz do Milênio teve uma vida apoteótica,
intensa, que emocionou o mundo com sua voz, sua força e sua determinação".
"A amada e eterna Elza descansou, mas estará para sempre na história da
música e em nossos corações e dos milhares fãs por todo mundo. Feita a vontade
de Elza Soares, ela cantou até o fim".
Elza Soares é considerada uma das
maiores cantoras da música brasileira, com carreira no samba que começou nos
anos 60.
Elza Gomes da Conceição começou cantando
sambalanço com "Se Acaso Você Chegasse" em 1959, e se dedicou ao
gênero nos anos 60.
Nos 34 discos lançados, ela se aproximou
do samba, do jazz, da música eletrônica, do hip hop, do funk e diz que a
mistura é proposital.
"Eu sempre quis fazer coisa
diferente, não suporto rótulo, não sou refrigerante", comparava
Elza.
"Eu acompanho o tempo, eu não
estou quadrada, não tem essa de ficar paradinha aqui não. O negócio é caminhar.
Eu caminho sempre junto com o tempo."
O último disco lançado foi "Planeta
Fome" em 2019.
A única certeza é que não iria parar de
cantar: "Nem de brincadeira. Parar por quê? Por que parar? Não tem por que né?".
Desde que lançou o álbum "A mulher
do fim do mundo" em 2015, a cantora viveu mais uma fase de renascimento
artístico.
“Me deixem cantar até o fim”, pediu
Elza em verso da música que batiza o álbum.
Pautada sobretudo pelo suingue da
cadência do samba, a primeira fase áurea da cantora abarca discos gravados por
Elza nos anos 60 com o cantor Miltinho (1928 – 2014) e com o baterista Wilson
das Neves (1936 – 2017).
Fazem parte desta era lançamentos como
"O samba é Elza Soares" (1961), "Sambossa" (1963), "Na
roda do samba" (1964) e "Um show de Elza" (1965).
Outras fases vieram.
Nos anos 70, escolheu cantar o samba de
ritmo mais tradicional.
A fase rendeu sucessos como "Salve a
Mocidade" (Luiz Reis, 1974), "Bom dia, Portela" (David Correa e
Bebeto Di São João, 1974), "Pranto livre" (Dida e Everaldo da Viola,
1974) e "Malandro" (Jorge Aragão e Jotabê, 1976).
(Do g1)
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