Diferentemente do que se tem propagado, a insatisfação com o resultado da “negociação” entre governo do estado, Polícia Militar e Bombeiros é imensa, no entanto o “silêncio” da categoria dá a impressão de que tudo foi muito bom.
Não é bem assim.
O silêncio nos quarteis significa medo
de represália.
Policiais militares e bombeiros estão
com um grito preso na garganta.
Para ouvir este grito, o desabafo, basta
conversar com um policial de patente mais alta ao soldado.
Alguém saiu lucrando, alguém se saiu
muito bem, mas não foram os policiais militares da Paraíba (uma das polícias
mais bem avaliadas do país) e bombeiros (que inclusive deram uma lição de solidariedade,
amor ao próximo e acolhimento às vítimas das enchentes na Bahia).
O governador fez o papel dele, mas o que
faltou aos representantes dos policiais e bombeiros militares que sentaram ao
lado do governador na mesa de negociação?
O que está exposto é que houve um acordo
e todos saíram ganhando.
Mas veja a nota da Associação dos
Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar do Estado da Paraíba:
NOTA
A
Associação dos Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar do Estado da Paraíba – ASSOF/PB,
em assembleia extraordinária, ocorrida em 06/01/2022, vem por meio desta nota,
que a decisão da maioria dos seus associados, que REJEITA a proposta de
política remuneratória apresentada em 06/01/2022, pelo Governo do Estado da
Paraíba.
Ademais,
questiona a forma como as tratativas têm sido conduzidas, sem ao menos a
apreciação formal das tabelas de valores salariais produzidas pelos associados,
as quais foram exaustivamente estudadas e comparadas, com valores medianos dos Estados
do Nordeste.
Outra
narrativa indevida é sobre o substancial "aumento salarial" divulgado
exaustivamente pelo Governo na grande mídia e redes sociais, que na verdade,
não promove sequer compensação inflacionária dos últimos três anos no salário líquido
dos militares Estaduais, ocasionando reais prejuízos à categoria de
profissionais, que arriscam diariamente suas vidas em prol da sociedade
paraibana e que, em 2022, completa 190 anos de existência e indispensáveis
serviços.
Portanto,
a ASSOF-PB ratifica seu posicionamento sobre a urgente implementação da
paridade e integralidade conforme Lei Federal 13.954/2019, pagamento através de
subsídio, recomposição salarial real, adequação da PL 3.378/2021 com a Lei
Federal, a implementação de um Plano de Cargos e Carreira e Remuneração (PCCR)
que contemple toda a categoria, Oficiais e Praças, policiais e bombeiros
militares, através de critérios justos e cristalinos de ascensão funcional
vertical e horizontal.
Ainda
assim, a proposta formulada por esta associação partiu da premissa de tão somente
aproximar a remuneração dos policiais e bombeiros militares da Paraíba, da média
salarial nordestina, permanecendo inclusive abaixo desse patamar, em respeito
às condições financeiras do Estado.
Segundo
órgãos oficiais, fomos avaliados a melhor Polícia do Norte/Nordeste, porém
recebemos o PIOR salário da Federação, e esta condição necessita por justiça,
ser modificada.
É
necessário neste momento que o Governo reconheça as corporações pelos resultados
alcançados e legitimamente reconhecidas pela sociedade paraibana.
João
pessoa – PB, 07 de janeiro de 2022.
ASSOF-PB
LUIZ
ANTONIO DO NASCIMENTO – MAJ PM
(Por www.renatodiniz.com)
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