Que tal ganhar “100 mil reais”, “150 mil
reais” por mês sem trabalhar?
Essa situação tão desejada quanto
surreal acontecia na Globo.
Dezenas de atores recebiam uma bolada
para ficar em casa enquanto não eram escalados para novo personagem.
Essas ‘férias remuneradas’ duravam 1, 2, até 3 anos.
Assinar um contrato de exclusividade com
longa duração com o canal carioca era o sonho de qualquer ator de TV.
Garantia estabilidade financeira, status
e a melhor vitrine para a autopromoção.
Mas a realidade se impôs.
A crise chegou à emissora.
Apesar das receitas aumentarem, perdeu
ganho real.
O lucro caiu de “2 bilhões de reais” em
2016 para “167 milhões de reais” em 2020.
Sem ter como economizar nas operações
para se manter no ar, a Globo precisou cortar na carne: reduzir drasticamente o
elenco fixo, que já teve 1.500 atores contratados.
Abriu mão de astros como Antônio
Fagundes, Vera Fischer, Malu Mader, Miguel Falabella e Reynaldo Gianecchini.
A maioria foi simplesmente comunicada de
que não teria o contrato renovado.
Um choque a quem construiu a carreira no
canal e passou boa parte da vida nos estúdios das novelas mais assistidas do
País.
Imagine o drama de se desfazer do crachá da Globo após 20, 30, 40 anos.
Não há empresa de comunicação
equivalente no Brasil.
A Record TV produz boa teledramaturgia e
paga altos salários, porém, os atores não desfrutam do mesmo prestígio e são
vistos por número significativamente menor de telespectadores.
A Globo manteve o vínculo somente com
artistas considerados imprescindíveis, como Gloria Pires e Tony Ramos, que
ganham cerca de "400 mil reais" por mês quando estão no ar.
Nos períodos sem atuar, os artistas
recebem de 30% a 40% a menos.
A ordem é que os contratados sejam mais
aproveitados, sem as longas férias para o ‘descanso de imagem’ como era
antigamente.
A principal razão que fazia a emissora
manter centenas de atores era o temor de que fossem para uma TV rival.
Havia a ideia que um grande artista
poderia levar telespectadores para a concorrência.
Esse pensamento acabou.
Ninguém acredita mais que um ator,
sozinho, seja capaz de garantir o sucesso de uma novela ou série apenas por sua
fama.
Hoje, a maioria das pessoas mais
influentes da mídia está nas redes sociais e no YouTube, não na TV.
Os atores perderam poder para as
webcelebridades.
Curiosidade: o maior salário da
teledramaturgia é o de Fernanda Montenegro.
A atriz de 92 anos não tem contrato
longo com a Globo, trabalha somente por obra.
Quando está em atividade diante das
câmeras, ganha "500 mil reais" por mês.
(Por Terra)
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