O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, afirmou nesta quinta-feira (12/05) que a Justiça Eleitoral está "aberta a ouvir, mas jamais se curvará a quem quer que seja" e disse que "quem trata de eleições são forças desarmadas".
A dura fala do ministro ocorre em um
momento de tensão entre a Corte eleitoral e as Forças Armadas sobre as urnas
eletrônicas.
Após a declaração, Fachin foi
cumprimentado pelos demais integrantes da Corte e disse, reservadamente, que
subiu o tom, "um pouco", "mas que era o necessário".
A fala do ministro foi presenciada pelo
GLOBO.
"Quem trata de eleições são forças
desarmadas, e, portanto, as eleições dizem respeito à população civil, que de
maneira livre e consciente escolhe seus representes. Logo, diálogo sim,
colaboração, sim, mas na Justiça Eleitoral quem dá a palavra final é a Justiça
Eleitoral. E assim será durante a minha presidência. A Justiça Eleitoral está
aberta a ouvir, mas jamais estará aberta a se dobrar a quem quer que seja [sic]
tomar as rédeas do processo eleitoral”, afirmou o ministro, que falou
ao lado dos outros seis ministros que integram o TSE.
Disse ainda o presidente do TSE sobre a
realização das eleições:
"Ninguém nem nada interferirá na
Justiça Eleitoral. Não admitiremos qualquer circunstância que obste a
manifestação da vontade soberana do povo brasileiro”, pontuou.
Ao lado de Alexandre de Moraes, Ricardo
Lewandowski, Mauro Campbell Marques, Benedito Gonçalves, Sérgio Banhos e Carlos
Horbach, Fachin visitou o local onde está sendo feito o último Teste Público de
Segurança do Sistema Eletrônico de Votação, quando investigadores examinam e
avaliam as soluções desenvolvidas pela equipe técnica da Corte para sanar as
vulnerabilidades identificadas em novembro do ano passado.
"No Brasil de Hoje, quem duvida do
processo eleitoral é porque não confia na democracia”, disse o
presidente do TSE, que deixa o posto em agosto, quando passará a condução das
eleições para Alexandre de Moraes.
Nesta quarta-feira (11), o presidente
Jair Bolsonaro (PL) voltou a colocar em dúvida o sistema eleitoral, disse que
"sabe o que está em jogo" e afirmou que o seu governo não
aceita provocações.
"Nós sabemos o que está em jogo.
Todos sabem o que o governo federal defende: defende a paz, a democracia e a
liberdade. Um governo que não aceita provocações, um governo que sabe da sua
responsabilidade para com o seu povo", disse o presidente durante
uma viagem ao Paraná.
Na quinta-feira da semana passada,
Bolsonaro afirmou que o PL iria contratar uma empresa para fazer a auditoria
nas eleições desse ano.
Ele, porém, não especificou qual tipo de
auditoria seria feita.
Em ocasiões anteriores, o presidente já pediu a contagem
pública dos votos, ou que eles possam ser impressos para serem recontados.
(Agência O Globo)
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