*Mãe e filhos recusaram comida oferecida
pelos policiais, mesmo após homem ter sido preso; eles eram proibidos de comer
sem autorização do criminoso
O caso bárbaro de uma mãe e dois filhos
mantidos em cárcere privado há 17 anos pelo pai da família em Guaratiba, na
Zona Oeste do Rio chocou a população.
Vizinhos relataram com tristeza o estado
em que viram as vítimas serem resgatadas pela polícia nesta quinta-feira (28/07).
Até o fim da noite da quinta, o estado de
saúde da mulher e dos dois jovens de 19 e 22 anos era de desnutrição e
desidratação grave.
Ao sair da casa e ver o sol pela primeira vez depois de
quase vinte anos, a mulher relatou dor na vista aos policiais.
"Ela disse que não via a luz do
dia há 17 anos, era a primeira vez nesse tempo todo, dizia sentir dor pela luz
do sol. Nós oferecemos água, perguntei se ela tinha comido alguma coisa e se
queria comer, ela disse que não. Dizia ‘não, não, não, eu não posso comer, ele
não deixa a gente comer sem autorização dele’", conta o capitão
William Oliveira, chefe do setor operacional do 27º BPM (Santa Cruz), que
tentou tranquilizar a mulher informando que o homem já estava preso e que eles
poderiam se alimentar sem problemas.
"Eu expliquei que ela e os filhos
estavam em liberdade agora e que o homem havia sido preso, mas ainda assim, ela
insistiu e não comeu nada", disse.
A casa onde eram mantidas as vítimas não
tinha infraestrutura básica para habitação.
O imóvel não tinha revestimento de
cimento.
Por dentro estava só no emboço.
O chão era de concreto batido.
Não havia água encanada e nem uma caixa
d’água, apenas algumas garrafas pet com líquido esbranquiçado.
Em um cômodo, havia dois colchões sujos
e sem lençol.
"O local era úmido, não tinha
circulação de ar, as janelas ficavam sempre fechadas com cadeado e tapumes de
madeira. Também havia forte mal cheiro, o lugar não pegava sol",
relata o capitão.
Segundo ele, os dois filhos do casal, um
rapaz de 19 anos e uma jovem, de 22, tinham aparência de criança e não falavam.
Antes de serem resgatados, eles estavam
amarrados e sujos.
Apenas a mãe conseguia falar.
(Agência O Globo)
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