Hélio José de Almeida Feitosa, acusado do feminicídio de Pâmela Bessa, em setembro de 2020, em Poço José de Moura, no Sertão da Paraíba, foi sentenciado a 42 anos em regime fechado, sem a possibilidade de pagamento de fiança.
O julgamento aconteceu nesta terça-feira
(20/09), no Fórum de Justiça de São João do Rio do Peixe.
Na época, o feminicídio gerou grande
repercussão no estado e uma série de protestos aconteceram na região do Sertão.
Pâmela do Nascimento Bessa, de 27 anos,
estava grávida de 5 meses quando foi assassinada em 7 de setembro de 2020.
Além da gestação, ela era mãe de três
filhos.
Ao que tudo indica, Pâmela foi espancada
até a morte pelo esposo Hélio que, após cometer o crime, levou seu corpo até o
hospital alegando que ela havia desmaiado por dores de cabeça.
No entanto, o médico legista percebeu
lesões no corpo da vítima e acionou a polícia.
Segundo o advogado de Hélio, Francisco
Soares, a defesa vai recorrer para tentar diminuir o tempo de prisão
determinado na sentença.
Hélio José de Almeida Feitosa chegou a
ser levado à delegacia para prestar depoimento, mas alegou que não tinha
espancado Pâmela e, em seguida, foi liberado pelo delegado de plantão.
No dia seguinte, quando policiais foram
até a residência para intimá-lo, ele já tinha fugido.
Na época, um inquérito chegou a ser
aberto para investigar quem ajudou Hélio a fugir.
Hélio só foi preso três meses depois, no
dia 5 de dezembro de 2020, em Rio Grande da Serra, em São Paulo.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML)
identificou que Pâmela sofreu pancadas no abdômen, que resultaram em uma
hemorragia interna, e teve duas costelas fraturadas.
Além disso, a investigação da polícia
civil também constatou que, em fevereiro de 2020, Hélio já havia agredido
Pâmela e provocado um outro aborto devido as lesões do espancamento.
Na época, o feminicídio de Pâmela
motivou uma série de protestos pioneiros contra o feminicídio no Sertão da
Paraíba.
Mulheres do Poço José de Moura e dos
municípios circunvizinhos criaram um coletivo feminista chamado “Mulheres a
Bessa” como forma de homenagear Pâmela e organizar protestos que cobrassem
justiça pelo caso, como também medidas contra a violência doméstica.
Foto: Coletivo Mulheres a Bessa |
O maior protesto envolvendo o
feminicídio aconteceu no dia 20 de setembro, exatamente dois anos atrás, quando
cerca de 150 mulheres ocuparam a praça pública de Poço José de Moura para
realizar um memorial e cobrar respostas às autoridades, gerando grande
repercussão na região.
(g1 PB)
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