O presidente Jair Bolsonaro e seu partido, o PL, entraram com pedido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça-feira (22/11) para anular votos de alguns modelos de urnas eletrônicas.
Os modelos em questão são máquinas
fabricadas antes de 2020.
O Terra teve acesso ao pedido e
verificou que as urnas são dos modelos UE2009, UE2010, UE2011, UE2013 e UE2015,
usados nas eleições presidenciais de 2022.
Em entrevista a jornalistas nesta
terça-feira, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse que o partido está
agindo na intenção de "fortalecer a democracia" no País e, como o
partido não tem especialistas em seguranças de dados, uma equipe técnica foi
contratada para fazer o trabalho e "garantir a transparência do processo
eleitoral".
"Confesso que eu fiquei surpreso",
afirmou sobre o resultado.
"O relatório não expressa a
opinião do PL, mas é resultado de estudos elaborados por especialistas
graduados em uma das universidade mais respeitadas do mundo",
acrescentou.
O pedido é assinado pelo advogado
Marcelo Luiz Ávila de Bessa, que estava presente na entrevista, e explicou que
a solicitação foi baseada em uma auditoria do Instituto Voto Legal com técnicos
do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
"Esse relatório apontou
inconsistências em urnas fabricadas anteriormente ao ano de 2020",
detalhou o advogado. Segundo Bessa, tais "inconsistências" não
ocorreram em urnas fabricadas após 2020.
"Isso não quer dizer que ocorreu
uma fraude, mas é uma possibilidade de fragilidade que não nos dá certeza de
que aquelas urnas tenham credibilidade suficiente para atestar a votação".
Segundo dados apresentados pelo PL,
nessas urnas, o resultado é diferente do segundo turno das eleições.
"Nesse caso, Bolsonaro teria pouco
mais de 51% e Lula 48,95% dos votos".
O partido solicitou, portanto, uma
representação para que o TSE aprofunde o estudo e, verificando esse mau
funcionamento, aplique as consequências legais que entender necessárias.
Ao longo das eleições deste ano,
Bolsonaro e redes bolsonaristas passaram a compartilhar informações falsas
sobre a segurança das urnas eletrônicas.
Até o momento, nenhuma fraude no
processo eleitoral foi comprovada.
(Terra)
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