O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta quarta-feira (02/11) que a Polícia Federal abra inquérito para apurar possíveis ações irregulares ou omissões do diretor geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques.
O MP quer que sejam investigadas as
condutas adotadas pelo órgão no domingo das eleições (30/10) e requer apuração
de possível omissão no enfrentamento aos bloqueios de rodovias nos dias
seguintes.
Normalmente, a PF abre todos os
inquéritos solicitados pela Procuradoria.
No pedido à PF feito hoje, os
procuradores chamam os bloqueios de "criminosos" e atos realizados
pelos "invasores de rodovias".
O UOL
apurou que a Polícia Federal já possui mais de um inquérito para investigar a
organização de bloqueios antidemocráticos nas rodovias.
Os militantes de Jair Bolsonaro (PL)
afirmam nos protestos não reconhecer a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas
urnas e pedem uma "intervenção federal".
Em outra frente, a Procuradoria da
República no Distrito Federal criou uma grupo de nove procuradores para "apurar os fatos relacionados ao fechamento
de rodovias federais no Distrito Federal e eventuais atos em violação ao Estado
de Direito, às instituições democráticas e à ordem social".
Eles vão atuar nas áreas criminal, cível
e de controle externo da polícia.BLOQUEIOS SÃO "CRIMINOSOS", DIZ MPF
Em relação a Silvinei Vasques, os
procuradores solicitaram que a apuração "deverá investigar se os bloqueios de veículos realizados pela PRF em
várias estradas, principalmente na região Nordeste, no dia da votação [domingo
passado, 30 de outubro], respeitaram a legislação e se não constituíram ofensa
ao livre exercício do direito de voto pelos cidadãos abordados", de
acordo com nota da Procuradoria da República no Distrito Federal (PRDF).
A apuração também deve averiguar "se houve omissão do diretor-geral da
Polícia Rodoviária Federal em relação aos bloqueios criminosos de rodovias que
estão ocorrendo em todo o país desde a divulgação do resultado das eleições”,
continua a nota.
MPF
VÊ "INVASORES DE RODOVIAS"Os procuradores querem saber se houve
prevaricação —- deixar de agir ao atrasar uma atitude —- do diretor do órgão,
se houve violência política —- por exemplo, impedir pessoas de votarem no
domingo —- ou se houve "participação
por omissão" nos "crimes
praticados pelos invasores das rodovias".
Esses crimes em estradas são "tentar abolir o Estado Democrático"
e "tentar depor governo
legitimamente constituído", todos previstos no Código Penal.
O UOL
fez um pedido de entrevista com o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, por
telefone e e-mail.
Por enquanto, não houve resposta, mas o
espaço segue aberto para manifestação.
No entanto, a corporação já negou
omissão em sua atuação contra os manifestantes que participam dos bloqueios
antidemocráticos.
(Uol)
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