Há três anos, nesse mesmo dia, o Congresso promulgava a reforma da Previdência – e, com ela, uma série de novas regras para a aposentadoria de trabalhadores do setor privado e servidores públicos federais.
As mudanças incluem a fixação de uma
idade mínima para se aposentar (65 anos para homens e 62 anos para mulheres),
com regras de transição para quem já trabalhava quando a reforma foi aprovada,
e com uma nova base de cálculo para o benefício, e já trouxeram alívio para os
cofres do governo.
Segundo estimativa recente do consultor
legislativo, ex-secretário de Previdência e ex-presidente do Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS), Leonardo Rolim, a economia de recursos proporcionada
pela reforma da Previdência entre 2020 e 2022 pode chegar a R$ 156,1 bilhões.
O valor é 78,8% maior do que o esperado
para o período na época em que o texto foi aprovado pelo Congresso (R$ 87,3
bilhões), e a estimativa é que essa economia cresça ainda mais – a projeção
divulgada pelo Ministério da Economia em 2019, na aprovação da reforma, era de
um impacto potencial de R$ 1,072 trilhão em dez anos.
ALÍVIO
PARA O GOVERNO, DIFICULDADES PARA OS SEGURADOS
Ainda que os dados tragam alívio às
contas públicas, os impactos financeiro e emocional àqueles que tiveram seus
sonhos de aposentadoria adiados ainda pesam para a população.
“Ainda vemos muita surpresa por parte dos
segurados, que vêm fazer a contagem acreditando que devem se aposentar em breve
e descobrem que, na verdade, só devem conseguir o benefício em sete ou oito
anos”, afirmou a presidente do Instituto Brasileiro de Direito
Previdenciário (IBDP), Adriane Bramante.
“Sem contar aqueles que recebem pensão por
morte ou auxílio por incapacidade permanente. As novas regras foram bem duras
para essa população e isso acaba sendo um desestímulo à contribuição
previdenciária, o que acaba gerando um efeito contrário ao pretendido pela
reforma no longo prazo”, completa a executiva.
A expectativa, segundo os especialistas,
é que o governo ainda revise as alterações feitas pela reforma.
Segundo Adriane Bramante, há discussões
sobre o tema que estão paradas no Congresso e que podem ser importantes para
diminuir esses impactos.
“Isso será necessário, caso contrário
sentiremos uma grande dificuldade. Estamos entrando em uma geração de MEIs
[Microempreendedores Individuais], com empresas não suportando a carga
tributária de um celetista e um incentivo cada vez maior à ‘pejotização’. Então
caso não haja novas mudanças, daqui 20, 30 anos, quando essa geração for se
aposentar, o benefício vai refletir esse quadro”, disse a presidente do
IBDP.
(Por Isabela Bolzani, g1)
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