O empresário George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, preso por montar um artefato explosivo em uma área de acesso Aeroporto Internacional de Brasília, afirmou em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal que o plano era “dar início ao caos” que levaria à “decretação do estado de sítio no país”.
EIS A ÍNTEGRA DO DEPOIMENTO:“Moro
na cidade de Xinguá no estado do Pará e trabalho como gerente de posto de
gasolina.
Desde
a eleição do Bolsonaro eu passei a apoiá-lo por acreditar que ele é um patriota
e um homem honesto.
E
em outubro de 2021 eu tirei minhas licenças para adquirir armas (CR e CAC) e
desde então gastei cerca de ‘160 mil reais’ na compra de pistolas, revólveres,
fuzis, carabinas e munições.
O
que me motivou a adquirir as armas foram as palavras do presidente Bolsonaro,
que sempre enfatizava a importância do armamento civil, dizendo o seguinte: ‘Um
povo armado jamais será escravizado’, e também a minha paixão por armas que
tenho desde a juventude.
Após
o 2º turno das eleições eu passei a participar de protestos no Pará e no dia
12/11/2022 eu vim a Brasília com a minha caminhonete Mitsubishi Triton levando
comigo duas escopetas calibres 12; 2 revólveres calibre .357; 3 pistolas, sendo
duas Glocks e uma CZ Shadow 2; 1 fuzil Springfield calibre .308; mais de 1.000
munições de diversos calibres e 5 bananas de dinamite (emulsão).
Desses
itens, o único que eu não tinha licença para possuir eram as dinamites que eu
comprei por ‘600 reais’ de um homem do Pará que me trouxe os explosivos quando
eu já estava em Brasília.
Eu
também não possuía a guia de transporte das armas e caso fosse parado pela
polícia na estrada, a minha ideia era acionar o Pró Armas para justificar a
minha participação em alguma competição de tiro.
A
minha ida até Brasília tinha como propósito participar dos protestos que
ocorriam em frente ao QG do Exército e aguardar o acionamento das forças
armadas para pegar em armas e derrubar o comunismo.
A
minha ideia era repassar parte das minhas armas e munições a outros CACs que
estavam acampados no QG do Exército assim que fosse autorizado pelas forças
armadas.
Assim
que cheguei em Brasília eu fiquei hospedado no Econotel e depois aluguei 2
apartamentos no Sudoeste pelo Airbnb.
Durante
o período em que frequentei o acampamento montado em frente ao QG do Exército,
eu percebi que havia vários petistas infiltrados entre os ambulantes que
passaram a envenenar os alimentos vendidos aos bolsonaristas com a intenção de
desmobilizar os manifestantes, além de provocar tumultos e desordem entre as
pessoas.
Em
posse dessas informações, há 3 semanas eu entrei em contato com um importante
general do Exército e reportei a ele tudo sobre os infiltrados petistas no
acampamento e disse que em breve poderia haver um grande derramamento de sangue
se nada fosse feito.
No
dia seguinte, os militares do exército expulsaram todos os ambulantes do
acampamento.
No
dia 12/12/2022 houve o protesto contra a prisão do índio, onde eu conversei com
os PMs e os Bombeiros responsáveis por conter os manifestantes que me disseram
que não iriam coibir a destruição e o vandalismo desde que os envolvidos não
agredissem os policiais.
Ali
ficou claro para mim que a PM e o Bombeiro estavam ao lado do presidente e que
em breve seria decretada a intervenção as forças armadas.
Porém,
ultrapassados quase 1 mês, nada aconteceu e então eu resolvi elaborar um plano
com os manifestantes do QG do Exército para provocar a intervenção das forças
armadas e a decretação de estado de sítio para impedir a instauração do
comunismo Brasil.
No
dia 22/12/2022, vários manifestantes do acampamento conversaram comigo e
sugeriram que explodíssemos uma bomba no estacionamento do Aeroporto de
Brasília durante a madrugada e em seguida fizéssemos denúncia anônima sobre a
presença de outras duas bombas no interior da área de embarque.
E
no dia seguinte, (23/12/2022) uma mulher desconhecida sugeriu aos manifestantes
do QG que fosse instalada uma bomba na subestação de energia em Taguatinga para
provocar a falta de eletricidade e dar início ao caos que levaria a decretação
do estado de sítio.
Eu
fui ao local apontado pela mulher em Taguatinga em uma Ford Ranger branca de um
dos manifestantes do acampamento, mas o plano não evoluiu porque ela não
apresentou o carro para levar a bomba até a transmissora de energia.
Ao
contrário da mulher, um homem chamado Alan, que eu já tinha visto algumas vezes
no acampamento, se mostrou mais disposto e se voluntariou para instalar a bomba
nos postes de transmissão de energia que ficam próximos à subestação de
Taguatinga, já que era mais fácil derrubar os postes do que explodir a
subestação como foi pensado originalmente.
Eu
disse aos manifestantes que tinha a dinamite, mas que precisava da espoleta e
do detonador para fabricar a bomba.
No
dia 23/12/2022, por volta 11h:30, um manifestante desconhecido que estava
acampado no QG me entregou um controle remoto e 4 acionadores.
Em
posse dos dispositivos, eu fabriquei a bomba colocando uma banana de dinamite
conectada a um acionador dentro de uma caixa de papelão que poderia ser
disparada pelo controle remoto a 50 a 60 metros de distância.
Eu
entreguei o artefato ao Alan e insisti que ele instalasse em um poste de
energia para interromper o fornecimento de eletricidade, porque eu não
concordei com a ideia de explodi-la no estacionamento do aeroporto.
Porém,
no dia 23/12/2022 eu soube pela TV que a polícia tinha apreendido a bomba no
aeroporto e que o Alan não tinha seguido o plano original.
Ontem,
dia 24/12/2022, eu observei durante a tarde uma movimentação de pessoas
estranhas nas redondezas do prédio onde eu estava hospedado e desconfiei que
fossem policiais.
Então
eu arrumei as malas e coloquei as armas na caminhonete para ir embora na manhã
do dia 25/12/2022.
No
dia 24/12/2022, por volta das 19h:00, policiais civis me abordaram embaixo do
prédio e confessei a posse das armas e dos explosivos.”
(Poder 360)
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