O futebol perdeu seu Rei.
Nesta quinta-feira (29/12), morreu Pelé,
o maior jogador da história, aos 82 anos.
A família ainda não divulgou detalhes
sobre o velório, mas uma estrutura foi montada na Vila Belmiro nos últimos dias
para receber a vigília.
O sepultamento ocorrerá em Santos.
A internação aconteceu em virtude de uma
infecção respiratória após ele contrair Covid-19 e para a reavaliação do tratamento
de um câncer no cólon.
Pelé passou por uma cirurgia no local em
setembro de 2021 e desde então vinha sendo submetido a repetidas sessões de
quimioterapia.
No início de 2022, foram detectadas metástases no intestino, no
pulmão e no fígado.
Em 21 de dezembro, o corpo clínico do
hospital divulgou um boletim médico dizendo que Pelé apresentou uma
"progressão da doença oncológica" e que necessitava de maiores
cuidados relacionados às disfunções renal e cardíaca.
Kely e Edinho Nascimento, filhos do Rei,
publicaram fotos nos últimos dias com o pai no quarto em que ele estava
internado.
Outros filhos e neto também estiveram no local para a passagem do
Natal.
Apesar do quadro complicado, Pelé passou
alguns dias estável e com uma leve melhora.
Nesta quinta, porém, a saúde do Rei
voltou a piorar, e ele não resistiu.
Em virtude da idade avançada e do
tratamento, as aparições públicas do Rei do Futebol se tornaram cada vez menos
frequentes nos últimos anos.
Pelé recebeu diversas homenagens durante
a Copa do Mundo de 2022, disputada enquanto ele estava internado na capital
paulista.
Jogadores como Neymar, Richarlison e Mbappé desejaram melhoras ao
gênio em meio ao torneio.
Torcedores também exibiram faixas nos
estádios.
Pelé deixa sete filhos e a esposa Márcia
Aoki, com quem estava casado desde 2016.
Do primeiro casamento, com Rosemeri
Cholbi, nasceram Kelly Cristina, Edinho e Jennifer.
O ex-jogador também é pai dos gêmeos
Joshua e Celeste, de seu relacionamento com a psicóloga Assíria Lemos.
Além desses, Pelé teve duas filhas fora
do casamento: Sandra Regina, que só obteve o reconhecimento da paternidade pela
Justiça, morta em 2006, e Flávia.
O maior jogador de futebol de todos os
tempos estreou na Seleção em 1957, numa partida da Copa Rocca contra a
Argentina, quando também fez seu primeiro gol com a camisa amarelinha.
Pela equipe brasileira, com apenas 17
anos, venceu a Copa do Mundo na Suécia, em 1958.
Quatro anos depois, se machucaria na
segunda rodada do Mundial do Chile, também vencido pelo Brasil.
Após ser caçado em campo com duras
faltas na Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra, ele comandou o lendário time
brasileiro ao tricampeonato mundial em 1970, no México – é o único jogador a
vencer três Copas.
Pelo Santos, Pelé é dono de marcas
impressionantes: venceu dez vezes o Campeonato Paulista, torneio do qual foi o
artilheiro por nove temporadas seguidas.
Ainda foi bicampeão da Libertadores e
do Mundial de clubes, em 1962 e 1963.
Foi também com a camisa branca do Peixe que
marcou seu milésimo gol, contra o Vasco, no Maracanã, no dia 19 de novembro de
1969.
Segundo números do Santos, Pelé marcou
pelo clube 1.091 gols em 1.116 jogos.
Com a camisa canarinho, Pelé disputou
113 jogos e marcou 95 gols, de acordo com números da CBF.
Nas contas da Fifa, que considera apenas
jogos entre seleções, são 77 gols em 91 partidas.
Em toda a carreira, Pelé fez 1.282 gols
em 1.364 partidas na contabilização feita pelo Santos. Nas redes sociais, o Rei
dizia ter feito um a mais, 1.283.
VIDA
E OBRA
O garoto Edson ainda não tinha
completado 10 anos quando viu o pai, Dondinho, chorando ao lado do rádio.
A seleção brasileira havia acabado de
ser batida pelo Uruguai na dolorosa derrota do Maracanã, na final da Copa de
1950, enterrando o sonho de toda a nação de ser campeã do mundo.
Aquelas
lágrimas levaram Dico, como era chamado na casa dos Arantes do Nascimento, em
Bauru, a uma promessa: ganharia um Mundial para o pai se ele parasse de chorar.
Dico pouco depois se transformaria em
Pelé e cumpriria aquele juramento: venceria não só uma, mas três Copas.
Com sobras, ainda se tornaria o maior
jogador de futebol de todos os tempos, ícone máximo de um esporte que, para
muitos, é religião.
Virou Rei, conquistou o mundo, e hoje
seus súditos choram a sua morte, aos 82 anos.
Levará consigo marcas que talvez nunca
sejam superadas.
É o único tricampeão do mundo – a
primeira taça vencida ainda como adolescente, aos 17 anos, na Suécia –, contou
1.281 gols, 95 deles pela Seleção, numa carreira de 21 anos que começou no
Santos, em 1956, e terminou no Cosmos, de Nova York, em 1977.
(Do g1)
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