O presidente do Tribunal de Contas da União, ministro Bruno Dantas, afirmou nesta quarta-feira (14/12) que pessoas que pregam a violência, destroem o patrimônio público e agridem terceiros por "diferenças ideológicas" não são patriotas.
O ministro deu a declaração durante
cerimônia de posse na função de presidente da Corte na sede do TCU em Brasília.
Na última segunda-feira (12) em
Brasília, bolsonaristas radicais atearam fogo em ônibus e veículos
particulares, depredaram uma delegacia e um posto de gasolina, e também
tentaram invadir a sede da Polícia Federal.
O grupo de apoiadores de Jair Bolsonaro
não aceita o resultado das urnas, que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
presidente.
"Não é patriota quem prega a
violência, quem destrói patrimônio público ou privado, quem agride ou fere
terceiros por diferenças ideológicas. Quem se arma para derramar o sangue de
seus patrícios. Não é patriota quem drena energia, a alegria e a paz de seu
povo. Patriota é aquele que ama o seu país. Patriota é aquele que busca
fortalecer as instituições republicanas e democráticas", declarou
Bruno Dantas.
O presidente do TCU fez a afirmação a
uma plateia repleta de autoridades, entre as quais:
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente
eleito;
Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito;
Arthur Lira (PP-AL), presidente da
Câmara dos Deputados;
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do
Senado;
Rosa Weber, presidente do Supremo
Tribunal Federal;
Ricardo Lewandowski, ministro do STF;
Gilmar Mendes, ministro do STF;
Luiz Fux, ministro do STF;
Luís Roberto Barroso, ministro do STF;
Rui Costa, futuro ministro da Casa
Civil;
Flávio Dino, futuro ministro da Justiça;
Humberto Costa (PT-PE), senador;
Jaques Wagner (PT-BA), senador;
Paulo Guedes, ministro da Economia;
Roberto Campos Neto, presidente do Banco
Central;
Carlos França, ministro das Relações
Exteriores.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi
convidado, mas não compareceu.
O ex-presidente José Sarney (MDB)
prestigiou a cerimônia.
'RETROCESSO
CIVILIZATÓRIO'
Em seu discurso de posse, o ministro
Bruno Dantas também afirmou que, nos últimos anos, "vivenciamos um verdadeiro
retrocesso civilizatório, em que o alarido das redes sociais e a instabilidade
institucional relegaram ao segundo plano o que deveria ser prioritário em nossa
sociedade".
O resultado, na avaliação dele, foi a
"fome e a pobreza".
"A fome e a pobreza, que
gradativamente se afastavam de nós, voltaram a atormentar o país em níveis
elevados, atingindo mais bruscamente as mulheres, as crianças e as pessoas
negras."
Ele disse que o tribunal vai atuar,
dentro de suas competências, para ajudar o governo eleito no combate à fome e à
desigualdade social.
(Do g1)
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