A estudante de enfermagem Stefani Firmo, de 23 anos, precisou levar 18 pontos no rosto após ter sido vítima de um corte profundo no rosto com uma faca.
O caso viralizou nas redes sociais com a
jovem contando que apenas acordou coberta de sangue.
Em depoimento ao jornal O Globo, ela se diz 'vítima de uma
maldade' e
relata os traumas que a violência a causaram.
"Depois disso, sinto como se minha
vida fosse uma montanha russa. Fui de um extremo ao outro das emoções por
escolhas que não foram minhas. A felicidade naquele fim de semana, nos dias
anteriores, hoje eu queria esquecer. Tive o meu rosto cortado da boca à orelha
enquanto dormia durante uma viagem", iniciou.
"Acordei por volta das 5h da manhã
com uma enorme pressão no rosto, que veio com uma ardência. Logo em seguida,
estava banhada de sangue. Demorei alguns segundos para entender o que acontecia
e fui correndo chamar minha amiga. Minha roupa, que era branca, ficou vermelha.
A princípio, achei que pudesse ter sido um acidente, que algo tivesse caído no
meu rosto. Não demorou para saber que havia sido vítima de uma maldade",
prosseguiu.
A história veio à tona no início do mês,
no dia 2 de dezembro. Stefani sofreu ataque dentro de um ônibus que vinha do
Recife (PE) com destino a Salvador (BA).
"Eu chorava de desespero enquanto
era socorrida por alguns passageiros. Uma mulher, que destoava da reação de
todos os outros, chamou minha atenção. À medida que o tempo passava, só
conseguia sentir com mais força que era ela a culpada pelo corte no meu rosto,
que me deixaria uma marca de 18 pontos", contou.
"Sou eternamente grata a Deus por
estar viva, mas é impossível não pensar nos estragos do gesto dessa pessoa.
Passados mais de 15 dias, eu vivo sob o medo. Não saio na rua sozinha e até
mesmo dentro de casa preciso da companhia de alguém. Muito menos ando de ônibus",
confessou.
Stefani ainda falou sobre o trauma que
toda a situação causou em sua família.
Após o susto, sua mãe já está mais
tranquila, mas seu pai ainda está traumatizado.
"O trauma é de todos. Sempre que
meu pai me olha, chora. Ele se emociona em pensar que talvez eu não pudesse
estar aqui. Minha mãe, agora, está um pouco mais tranquila. Me roubaram o
prazer de viajar, uma das coisas que mais amava", desabafou.
Como o caso ainda segue em
investigações, a suspeita pelo ataque ainda não foi condenada.
Stefani teme que mesmo com câmeras,
provas e suspeitas, a autora da facada fique impune.
"Aí eu penso: como é possível essa
mulher estar solta? Não me conformo. Não sei quem ela é, mas já vi do que é
capaz. Vou até o fim por justiça. Ela precisa parar, não pode fazer mais
vítimas. Eu não sei qual seria minha reação, mas queria encontrar com ela e
questionar: 'por que comigo? Por que me escolheu?'"
"A ficha vai caindo aos poucos em
meio a um turbilhão de preocupações. Passo os dias focada em saber sobre as
investigações, cansada de esperar e receber justificativas. Meu receio é que
ela não seja punida e continue solta. Alguns passageiros pegaram o meu contato
e me enviaram fotos da mesma mulher rodando pela rodoviária, dias após o que
aconteceu. É injusto que eu esteja vivendo dessa forma e ela esteja livre e
tranquila", desabafou.
Stefani acredita que mesmo com o trauma
é o momento de seguir em frente e voltar à rotina, mas ainda está com receios
de andar de ônibus e muitas dúvidas.
(Terra)
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