O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (1º), por 6 votos a 5, a favor de aposentados e pensionistas no julgamento sobre a chamada "revisão da vida toda" do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Essa revisão da vida toda é o recálculo
da média salarial para a aposentadoria considerando todos os salários do
trabalhador, mesmo os anteriores a julho de 1994.
O recurso tem repercussão geral, ou
seja, a decisão do STF, se confirmada, poderá ser aplicada para todos os processos
sobre o tema no país.
Especialistas apontam que a revisão só
beneficia quem tinha altos salários antes de 1994 e cujas contribuições, ao
serem computadas na aposentadoria, farão diferença no cálculo do valor.
Trabalhadores que ganhavam menos não
terão vantagem – se forem incluídas as remunerações antigas de baixo valor,
isso poderá diminuir a aposentadoria recebida hoje.
Para obter a revisão, os aposentados
precisam entrar com ação na Justiça, depois de avaliar se vale a pena requerer
o recálculo.
A análise estava em plenário virtual em
março, com placar fechado, quando um pedido de destaque do ministro Nunes
Marques zerou a votação e a levou para o plenário físico.
Na retomada do julgamento, a maioria
seguiu o entendimento do relator, ministro Marco Aurélio, pela regra mais
favorável ao segurado.
O relator, ministro Marco Aurélio,
defendeu que, na revisão dos benefícios de aposentados e pensionistas do INSS,
deve prevalecer a aplicação da regra que considera todas as contribuições no
cálculo do benefício e não apenas as feitas depois de julho de 1994, quando o
resultado for mais favorável ao segurado.
Marco Aurélio votou no caso antes de se
aposentar.
O voto foi mantido no julgamento após
uma mudança de regra no STF que decidiu aproveitar os votos dos ministros
aposentados quando o julgamento for destacado do ambiente virtual para o
físico.
Devido à mudança, o ministro André
Mendonça não vota no caso.
Único a votar nesta quarta, quando a
análise foi retomada, Nunes Marques voltou a divergir e votou a favor do INSS,
sob o argumento de que há uma “falsa premissa” de que a nova regra é mais favorável
aos aposentados.
“Os trabalhadores naturalmente tendem a ter
maiores salários na fase mais madura da vida, e não no começo de carreira
laboral”, afirmou.
(Do g1)
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