O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), negou nesta segunda-feira (05/12) que seja “bolsonarista raiz”.
Em entrevista
para o canal pago CNN Brasil, o ex-ministro da Infraestrutura relatou que não
tem a menor intenção em entrar numa guerra ideológica e garantiu que conversará
com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Eu
nunca fui bolsonarista raiz. Comungo das ideias econômicas principalmente desse
governo Bolsonaro. A valorização da livre iniciativa, os estímulos ao
empreendedorismo, a busca do capital privado, a visão liberal. Sou cristão,
contra aborto, contra liberação de drogas, mas não vou entrar em guerra
ideológica e cultural”, comentou.
Tarcísio
destacou que o país vive um momento de polarização e é preciso que as
lideranças trabalhem para que o Brasil se pacifique. Ele confessou que ficou
incomodado com as críticas que recebeu por ter se encontrado com o ministro do
Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso.
“O
Brasil está muito tenso e dividido. Precisa pacificar. Outro dia morreu o
(ex-governador) Fleury. Eu coloco lá uma mensagem nas redes sociais para
confortar a família. Trata-se de um ex-governador do estado que eu vou
governar. E recebo críticas”, afirmou.
“Depois,
tinha um evento em que teve um jantar com ministros do STF, STJ, TSE, TCU. E,
na divisão das mesas, me botaram ao lado do ministro Barroso. Queriam que eu me
levantasse e saísse? Sou governador eleito de São Paulo. Vou conversar com
ministros do STF”, continuou.
“Não
vou fazer o que erramos no governo federal de tensionar com Poderes. Vamos
conversar com ministros do STF. E Barroso é um ministro preparadíssimo,
razoável. Sempre que eu, na condição de ministro [da Infraestrutura], precisei
dele, ele ajudou o ministério. Sempre votou a favor das nossas demandas. Mas
‘os caras’ me esculhambaram”, completou.
COBRANÇA A BOLSONARO
Tarcísio afirmou
que é grato ao presidente Jair Bolsonaro (PL), mas o cobrou para que “deixe o
casulo” e passe a liderar a oposição contra o governo Lula.
“Tenho
muita gratidão pelo presidente e temos conversado quando vou a Brasília. Tenho
falado muito da necessidade de ele sair do casulo, de se posicionar como
liderança de centro-direita, de atuar na sucessão da mesa e fazer uma oposição
responsável e ser voz crítica, por exemplo, da maneira como a PEC [do Estouro]
foi apresentada”, pontuou.
ACENO A LULA
O governador
eleito admitiu que conversará com Lula toda vez que acreditar ser necessário.
“É fundamental
ter uma conversa com o governo federal. Obviamente, quando for chamado, depois
da posse, vou lá sem problema nenhum. E quando entender que preciso recorrer a
ele, também”, explicou.
“Graças
a Deus, São Paulo depende pouco, mas há muitas áreas em comum. Políticas de
habitação são complementares, a saúde só funciona bem quando for complementar a
atuação, tem sempre a questão da recuperação da saúde financeira das Santas
Casas”, concluiu.
(iG)
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