A AGU (Advocacia-Geral da União) pediu hoje (24/01) à Justiça Federal do Distrito Federal o bloqueio de bens de 40 pessoas presas em flagrante durante os ataques às sedes dos três Poderes, em 8 de janeiro.
Esta é a segunda ação da AGU contra
envolvidos nos atos golpistas —a primeira, apresentada no último dia 12,
envolveu 52 pessoas e sete empresas suspeitas de financiarem a ida dos radicais
para Brasília.
Agora, a pasta mira os executores dos
ataques.
O valor total dos pedidos para bloqueio
de bens, tanto dos financiadores quanto dos executores, é de R$ 18,5 milhões e
leva em conta os relatórios de estimativas de danos apresentados até o momento
pelo Palácio do Planalto, pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Congresso
Nacional.
O valor pode ser aumentado caso novos
prejuízos sejam contabilizados.
A ação corre em segredo de Justiça.
Segundo a AGU, os acusados "participaram ativamente em atos ilícitos dos
quais, mais que os danos materiais ao patrimônio público federal objeto desta
ação, resultaram danos à própria ordem democrática e à imagem brasileira".
A Advocacia da União pede ainda que a
indisponibilidade dos bens recaia sobre imóveis, veículos, valores em contas
financeiras e outros bens dos acusados.
GUINADA
CONTRA BOLSONARISTAS
Como mostrou o UOL, a AGU passou por uma
guinada sob comando do novo advogado-geral da União, Jorge Messias, e agora
mira organizadores e financiadores dos atos golpistas na capital federal.
Desde o dia 8 de janeiro, a pasta
apresentou sucessivos pedidos tanto ao Supremo Tribunal Federal — assinados
diretamente por Messias — como aos tribunais de primeira instância.
Além do bloqueio de verbas, a AGU chegou
a pedir a prisão em flagrante do ex-secretário de Segurança Pública, Anderson
Torres, a desmonetização de perfis bolsonaristas e a adoção de medidas para garantir
a identificação dos golpistas.
Segundo especialistas e integrantes do
MPF, a postura proativa da AGU ocupa um "vácuo" deixado pela PGR
(Procuradoria-Geral da República) nos primeiros dias desde a invasão dos três
Poderes e também durante a gestão Bolsonaro.
(Por Uol)
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