Anderson Torres temia pela vida dias
antes de ser preso ao voltar ao Brasil.
A confissão foi feita a familiares e
amigos próximos, enquanto ainda estava nos EUA negociando a rendição e o
retorno ao Brasil.
Daniel Cesar colunista do iG conversou com duas pessoas
muito próximas de Torres que confirmaram a informação.
"Ele estava apavorado, com medo de
morrer", revela a fonte. Segundo ela, o ex-ministro temia uma
morte "acidental".
Mesmo usando a expressão como aspa,
nenhuma das pessoas ouvidas quis dizer claramente se havia risco dele ser
assassinado.
"Mesmo nos EUA, o Anderson tentou
se isolar, evitou pedir comida fora e não deixou ninguém que não fosse de seu
círculo íntimo lhe servisse nada", conta outra pessoa que falou
com ele diariamente durante a viagem.
O medo, ao que parece, era de ser
envenenado.
Assim que soube da ordem de prisão, o
ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) avisou que voltaria ao Brasil, mas chegou a
adiar a viagem.
Ele conversou com a família porque
queria achar uma forma de viajar de modo que fosse seguro e sem risco.
"Numa mensagem, o Anderson disse
que a prisão era o lugar mais seguro neste momento", revela uma
pessoa próxima.
Como antecipou a coluna, o ex-secretário
mandou recados de que não cairia sozinho e existe a expectativa de que ele vá
denunciar bolsonaristas pela confecção do decreto golpista, encontrado na casa
dele.
Em conversa com aliados, o ex-ministro
da Justiça chegou a comparar sua situação com a de outros políticos.
"Ele falava muito do Bebiano e que
não queria morrer, nem de morte natural que fosse", confirmou a
fonte da coluna.
"Ele é um arquivo vivo porque é,
talvez, a única pessoa que tenha respostas para tudo", disse um
político que acompanha o caso de perto.
Para ele, se Torres abrir a boca, serão
esclarecidos todos os acontecimentos, que vão desde os acampamentos nas portas
dos quartéis, passando pelo atentado de dezembro, até o fatídico dia 08 de
janeiro e, claro, quem é o responsável pelo decreto que dava um golpe de
estado.
"Quem fez tudo sabe que o Torres
tem as provas e pode entregá-las", finaliza o deputado.
(Por Daniel Cesar, iG)
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